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Como produzir um BOM conteúdo em 2025

Aprenda a se diferenciar no meio de tanta porcaria

Com a oferta de boas ferramentas, o ato de produzir conteúdo está cada vez mais acessível. Mas, uma coisa é produzir conteúdo. Outra coisa é produzir BOM conteúdo

Na edição de hoje da Newsletter do Moa, eu resolvi usar meus quase 10 anos de experiência no assunto para listar todos elementos que acredito que um bom conteúdo deve ter, em 2025.

Mais um (bom) produtor de conteúdo

Meu amigo Rodrigo Lopes começou uma newsletter: Startups Hurts. O Rodrigo tem uma carreira brilhante. Ele e seus sócios levantaram, do zero, uma empresa de tecnologia que, hoje, fatura algumas dezenas de milhões de reais anuais, e que já recebeu centenas de milhões de reais de investimentos. Ele tem MUITO a contar, e será um privilégio poder ler suas publicações.

Como já contei aqui outras vezes, eu me aproximei do Rodrigo por causa da produção de conteúdo. Apesar de termos estudado na mesma escola, não tínhamos amizade. Eu sabia que tinha um cara do colégio que tinha fundado uma startup e que estava indo muito bem, e ele sabia que tinha um menino mais novo que trabalhava com tecnologia.

Isso mudou quando eu comecei a postar meus primeiros vídeos no Youtube, lá em 2019. Foram mais ou menos 60 vídeos postados semanalmente, sem falhar. Em algum momento, o Rodrigo assistiu algum deles e decidiu me chamar pra bater um papo. Ele queria aprender mais sobre produção de conteúdo.

Depois de algumas idas e vindas na produção de conteúdo (o que é normal), o Rodrigo decidiu iniciar seu canal no Youtube e sua newsletter, e veio pedir minha opinião sobre a qualidade do seu primeiro texto. Já adianto: o texto está muito bom. Mas, ainda assim, eu gravei quase 10 minutos de áudio no WhatsApp, passando os feedbacks que acredito que podem melhorar ainda mais sua publicação.

Quando eu sentei para escolher o tema da publicação da semana, eu lembrei desses áudios e pensei: poxa, isso daria um bom conteúdo. Neste texto, vou dar minha opinião sobre como produzir um bom conteúdo em 2025.

Ninguém quer aprender

Esta é a nonagésima primeira edição da Newsletter do Moa. Se colocarmos uma média de 1.700 palavras por edição (eu acho que é mais), temos mais de 150 mil palavras. Um livro tem, em média, 300 palavras por página. Ao longo desses meses, eu escrevi o equivalente a um livro de 500 páginas. É bastante coisa.

Mas, a métrica de palavras escritas não é tão importante. A métrica principal de uma pessoa que produz conteúdo é a quantidade de pessoas impactadas pela sua produção. Atualmente, mais de 3 mil pessoas escolheram, deliberadamente, receber meus textos em suas caixas de email toda semana. Isso é um PUTA motivo de orgulho pra mim.

Por que dei essa carteirada? Pra te contar que toda a experiência e os resultados obtidos em mais de 90 semanas de trabalho me trouxeram um grande aprendizado: as pessoas não querem aprender.

Salvo raríssimas exceções, a maioria das pessoas não têm o aprendizado como um fim em si mesmo. São poucas pessoas que aprendem simplesmente por aprender. A grande maioria das pessoas só está interessada na recompensa de aprender.

O brasileiro médio quer o diploma, a certificação, o carimbo. Estudar é um mal necessário para esse fim. Inclusive, se ele puder acessar esse diploma sem estudar, melhor ainda. E porque as pessoas querem um diploma? Porque quem tem diploma ganha um salário mais alto. O conhecimento é um meio para um objetivo: dinheiro. Diria mais: dinheiro também é um meio. O que as pessoas querem, mesmo, é status. No fim do dia, todo mundo quer ser amado.

Enfim… voltando ao tema, fato é que as pessoas não querem aprender. Sendo assim, o produtor de conteúdo não deve ser um professor. O produtor de conteúdo deve ser um influenciador.

Existe uma oferta gigante de conteúdo educativo na internet. No Youtube, é possível achar diversas opções de estudo dos assuntos mais variados possíveis. De graça. Não há demanda para novos conteúdos educativos.

Por outro lado, existe uma demanda que sempre será latente e nunca será completamente atendida: a demanda por líderes. Isso se dá, não por uma questão econômica, mas, sim, pela natureza do ser humano. A natureza humana não favorece líderes, mas sim liderados. Um líder deve ser forjado. O produtor de conteúdo deve ser um líder.

Pense comigo: diante da abundância de informação disponível no mundo hoje, por que alguém pararia para te ouvir? Bom… dificilmente será porque você tem alguma ideia nova a apresentar. Assim como a maioria das pessoas, você provavelmente não é um gênio.

Agora, se você não tem ideias novas, você com certeza tem pontos de vista novos. Uma ideia, agregada ao SEU conhecimento e às suas experiências, acaba formando algo que pode ser valioso: uma opinião. Se você for um líder admirável, as pessoas vão querer saber a sua opinião.

Como ser um produtor de conteúdo em 2025

Resposta curta: sendo um ser humano admirável.

Quando eu falo admirável, não digo que você precisa ser um gênio e ter fundado 3 empresas antes dos 30 anos, ou então ter escalado o Everest 5x em menos de 1 ano (nem sei se isso é possível). Esses seres humanos são, sim, admiráveis em algum sentido, mas, eles também são extraordinários.

Eu e você não nos encaixamos na categoria dos extraordinários. Nós somos pessoas ordinárias. E está tudo bem, por que pessoas ordinárias também podem ser admiráveis. Eu tenho certeza que existe alguém no seu círculo de relacionamentos que você admira. Algum familiar, parente, membro da comunidade.

Mas, como ser uma pessoa admirável?

Compartilhe seus valores

O que as pessoas querem, mesmo, é admirar pessoas ordinárias. A admiração nasce de um desejo de ser melhor. Ao ver uma pessoa ordinária tendo sucesso na vida, o outro ordinário olha pra isso e pensa: “poxa, se ele consegue, eu também consigo”.

Mas, sucesso é algo subjetivo, concorda? É justamente por isso que você precisa compartilhar seus valores. Quando você compartilha valores, você acaba compartilhando indiretamente o seu significado de sucesso. É assim que sua audiência vai se identificar com você.

Compartilhe os valores que você acredita. Compartilhe, principalmente, os valores que você não acredita. Mas, não compartilhe isso de forma declarativa, como uma lista ou um manifesto. Tem um jeito mais eficiente…

Conte histórias

Seja em 1500, ao redor de uma fogueira, ou em 2024, num filme que está passando num tablet, a história é a tecnologia mais primitiva e, ao mesmo tempo, mais eficiente de o ser humano transmitir conhecimento.

Por que programas como o BBB ou páginas como Choquei fazem tanto sucesso? Porque o ser humano tem uma sanha quase que incontrolável de fofocar. Uma história nada mais é do que uma fofoca. E isso não acontece simplesmente pelo desejo de saber da vida alheia. Existem componentes evolutivos que explicam isso.

O ser humano é um animal social e colaborativo. Um ser humano sozinho faz pouca coisa. Um grupo de seres humanos colaborando mudam o mundo. Mas, para sobreviver em um ambiente colaborativo, é preciso saber em quem confiar. Ao procurar saber histórias da vida do outro, você consegue ter uma ideia se essa pessoa é confiável ou não.

Mas, principalmente, é através da história que o ser humano sacia sua ânsia por se conectar com outros seres humanos. Dentro de uma história se compartilham interesses, opiniões e valores. É isso que cria vínculo entre pessoas.

Produzir conteúdo contando histórias é a forma perfeita de entreter e, ao mesmo tempo, provar um ponto. Não à toa, a Bíblia é o livro mais vendido de todos os tempos.

Compartilhe frameworks

O ser humano é preguiçoso. Por isso, facilite a vida do seu leitor e, depois de contar uma história, compartilhe frameworks com informações estruturadas e um passo a passo que sejam simples e acionáveis.

É o que eu estou fazendo neste texto. Primeiro, te contei uma história, depois eu embasei minha teoria e, por fim, compartilhei uma série de dicas práticas para você executar.

Mantenha uma frequência constante

Hoje, quando for tomar banho, repare numa coisa: a ordem que você se lava e se seca é a mesma, todos os dias. Isso acontece porque o ser humano é um bicho de hábito. A parte difícil de um fumante largar seu vício não é a nicotina, mas, sim, o hábito. A parte difícil de um gordo emagrecer não é comer bem, mas, sim, largar o hábito de comer mal. É muito difícil quebrar um hábito que foi reforçado diariamente durante anos.

Se você quiser influenciar pessoas com o seu conteúdo, você precisa se aproveitar desse mecanismo embutido no ser humano e criar o hábito de consumo na sua audiência. Isso se faz através da repetição.

Quanto mais o ser humano repetir um hábito, mais propenso ao “vício” ele estará. Por isso, o ideal é que você publique todo santo dia. Mas, assim como eu, você não será um produtor de conteúdo em tempo integral, então, essa hipótese está fora de cogitação. Portanto, a minha recomendação é que você publique pelo menos semanalmente.

Assim que você definir a frequência, não pare mais. Além disso, seja pontual. Se você vai publicar aos sábados, às 7h da manhã (meu caso), publique SEMPRE aos sábados às 7h da manhã.

Por que produzir conteúdo?

Eu já falei outras vezes sobre o assunto, e também posso embasar minha teoria com diversos outros argumentos. Esse é um assunto tão completo que vale um post só pra ele. Mas, vou resumir meu ponto aqui.

O Lucas Abreu postou, recentemente, reflexões sobre o futuro do trabalho. Recomendo você ler o texto todo, mas, tem um trecho que acho que vale a pena destacar. No texto, ele fala que “a abundância de um item precede a comoditização”. O exemplo que ele usa para ilustrar o ponto é simples:

“Imagine o valor da informação: antes, era altíssima por causa da escassez, graças às restrições logísticas na era sem internet, e isso se refletia no valor dos jornais e emissoras de TV. Mas daí veio a internet e as redes sociais, e o resultado foi a abundância, que transformou informação em commodity.”

Assim como a informação passou de um item escasso para algo comoditizado por conta da internet, a inteligência artificial vai comoditizar a mão-de-obra técnica/especializada. Se você trabalha com algo relacionado a internet e/ou tecnologia, há grandes chances de o seu emprego ser tomado pela IA.

Produzir conteúdo é a forma de você construir seu branding pessoal, se diferenciar e se proteger dessa comoditização geral impulsionada por IA.

Ah, e tem outro bônus, também: escrever faz você pensar melhor e ficar menos burro. Quem disse isso não fui eu, mas sim o Paul Graham.


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💪🏻 O meu objetivo com essa newsletter é ajudar profissionais de tecnologia que desejam desenvolver uma visão mais estratégica.

Além disso, pretendo também compartilhar outras coisas, como um pouco dos bastidores da construção de um negócio SaaS, as minhas opiniões e meus aprendizados. A ideia geral é ser uma documentação pública e estruturada dos meus pensamentos e aprendizados ao longo dos anos.

Portanto, se você se interessa por soft-skill, desenvolvimento pessoal, empreendedorismo e opiniões relativamente polêmicas, sugiro que você se inscreva para receber as próximas edições. ⬇️

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Fonte: https://moacirmoda.substack.com/p/nao-chame-atencao-compre-atencao

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Ao produzir conteúdos, pesquise antes. O maior problema de nossa época, sem dúvida, é a desinformação. Quando escrevemos, principalmente sobre tecnologia ou conceitos, devemos ter um sólido embasamento sobre o assunto. Se simplesmente escrevermos por escrever, a fim de 'contribuirmos' com algo, não será uma discussão, mas sim uma especulação sobre o tema. Um exemplo bem simples é que 90% das notícias sobre inteligência artificial são escritas por pessoas que nem sabem como uma IA funciona. E aí fica aquele ar de que o escritor tentou atingir um público, mas alienou outro que só tinha curiosidade sobre o assunto. Isso gera N problemas, desde as fake news até a analfabetização funcional, onde a pessoa acha que sabe sobre o tema, mas, no fim, não sabe o que está fazendo.

Gostei muito do artigo que você escreveu e compartilho do mesmo sentimento de que as postagens em redes sociais se tornaram supérfluas e, quem sabe, até inúteis sob certa perspectiva.

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Excelente seu ponto de vista, eu ja havia notado algo nesse sentido de, existem muitos conteúdos na internet e porque uma pessoa pararia para ver o seu conteúdo. Mas a resposta é muito clara, pessoas gostam de histórias que criam conexões com elas e elas confiam em pessoas que se identificam.. Não importa se fulano ensina melhor, a conexão que a audiência cria com o produtor é o que faz a audiência permanecer.
Estou entrando agora nesse mundo de criação de conteúdos, no entanto, embora eu tenha um blog eu foco mais nos videos no youtube.
Excelente texto, obrigado por compartilhar

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