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A melhor forma de se tornar sênior é não se preocupar com isso.

Sênior é uma classificação quase aleatória de experiência das pessoas em alguma atividade. Em alguns casos pela quantidade de tempo, em outro pela qualidade. Alguns até consideram que é indicação das pessoas saber coisas básicas ou avançadas. Há até quem ache que é sobre a pessoa que está mais apta a ser gestor.

Ninguém sabe qual é a linha que determina uma coisa ou outra. Cada um pode ter o seu e até mesmo a mesma pessoa pode mudar de ideia de um dia para outro. E títulos escritos na carteira profissional só tem serventia para aquela organização naquele momento, não é algo universal.

Percebe que ele não tem muito valor? Sêniores, de verdade, já possuem experiência para entender isso. E o que alguns fazem é usar o termo apenas para indicar se é uma pessoa mais experiente ou menos experiente, sem tentar se encaixar em listas do que deve aprender ou fazer.

Então o que fazer para ser sênior?

Só vá se desenvolvendo o melhor que puder. Não perca oportunidades e aprender coisas novas, variadas, de abraçar o que aparece, de se desafiar, de questionar, de entender o que é modinha e o que é útil, e deve ir praticando a atividade principal de um desenvolvedor de software que é solucionar problemas da melhor forma possível, pensando em todos os aspectos possíveis, dando o melhor resultado em todos os quesitos.

Fácil falar, difícil fazer. Tanto que a maioria nunca alcançará isto. Eu não sei se alcancei em 40 anos. Eu sei que não caio mais em armadilhas do mercado, sei que preciso entender o que vou fazer com profundidade. Mas eu não sei mexer com um monte de coisa na área. Então bate um pouco a síndrome do impostor. Mas ao mesmo tempo a experiência vai mostrando que não é isso que importa.

Para ser sênior precisa errar muito, ter dores, sofrer mesmo, em algum nível. Para que as próximas experiências sejam mais tranquilas ou para alçar voos mais altos. A receita para não conseguir fugir de desafios, de achar que está bom assim, que faz tudo certo, que alguém que te cutuca, que te instiga fazer mais, que pede mais de você, está contra você e não favorável.

Os caminhos podem ser muito variados, não tem uma fórmula, a não ser que deve ser incansável em melhorar.

Para muitas pessoas um bom curso superior pode ajudar muito. A maioria das pessoas que conheço que são boas no que fazem tem um bom curso . Uma porcaria costuma ser perda de tempo e hoje está cada dia mais comum os cursos não serem tão bons, por várias razões. Sem querer citar nomes, alguns que antes eram muito bem conceituados não são mais. Ao mesmo tempo, alguns dos melhores profissionais que conheço na área não têm curso superior algum.

Todos bons que conheço querem saber tudo direito, querem aprender da maneira correta, entender cada detalhe, olhar todos os cenários, entender contextos, que é um dos segredos do sênior. O júnior é bom de seguir receita de bolo, o sênior precisa saber qual receita seguir ou não seguir e que adaptações deve fazer. O sênior precisa recomhecer os erros por conta própria, só o júnior pode contar com alguém dizendo para ele sobre o erro.

Quem se apega à tecnologias, acham que decorar receitas, adotar metodologias que não entendem ou que ficam babando em cima de influencers que estão ali para ganhar a vida e não para oferecer algo concreto para seus seguidores, que desprezam livros e textos longos, quem não liga para fundamentos, vão ter dificuldade para se tornarem sêniores. A atitude está toda errada.

Você acha que alguém é sênior com falhas importantes na matemática, comunicação e expressão e ciências? Que não tenha senso crítico?

O Akita fez o favor de popularizar a não terceirização de decisões, e muitas outras coisas bem bacanas, não preciso mais falar tanto assim disso, mas vejo muito as pessoas ainda fazendo. Já respondi muito em cima disso. Todos podemos aprender com as experiências dos outros, mas não devemos copiá-las.

Ninguém consegue copiar um cara que aprendeu em um computador de 2KB de memória comprado com muito trabalho, fazendo os primeiros códigos em fila de banco em bloco de anotação (real de papel em hora em pé ali em calor infernal, que você não tem ideia como era), sem ter para quem perguntar, muito menos internet, e até com dificuldade para arrumar livros.

Ou ir atrás de uma vaga que não existia porque não se contratava programadores na época, em praticamente lugar algum, especialmente no interior, e depois procurar outros empregos apenas olhando o que me ensinaria bem, e ter a sorte de encontrar um programador sensacional no caminho que fez ver o que realmente era programar e não deixar se influenciar pelas modinhas de mercado.

Eu não saberia como fazer as pessoas programem antes de saber o que é um computador porque na escola já criava suas próprias fórmulas e não usava as do professor, ou que desmontava seus brinquedos para ver como funcionava, ou ficava olhando a montagem e desmontagem de atrações do circo enquanto o palhaço tentava distrair a atenção, ou até ajudava a montagem de parque na vizinhança pra entender como funcionava.

Tudo isso vai construindo o caminho para ser sênior. Outras formas também. O que vale para todo mundo é se expor a problemas, e achar soluções para eles, até quando vai procurar emprego. Quem quer ser sênior não pode esmorecer com problemas, porque é a única constante da profissão.
Eu não sei bem como tudo acontece no mercado hoje em dia. Não entendo bem a nova geração. Acho até que o mercado vem se adaptando. Eu não sou a melhor pessoa para indicar caminhos do jeito novo. Mas o trabalho duro nunca sairá de moda.

A internet bagunçou um pouco minha vida. Muita informação, difícil separar joio do trigo. Preciso mais hoje de pessoas em quem confio para ajudar a tomar decisões de certos rumos. E cada vez mais preciso tomar cuidado porque o que mais tem são pessoas que não posso confiar. Cada dia mais pessoas fazem sucesso por questões pessoais/políticas do que porque são bons engenheiros.

O que eu sempre digo é que pode e deve ouvir muita gente, mas não é fácil escolher quem vai ouvir, principalmente quando tem respostas antagônicas. A consequência boa ou ruim será só sua, não será minha ou de outra pessoa. Então fazer essa escolha já é uma forma que está se tornando sênior, porque isso se constrói pedra sobre pedra. Cada mínima ação tem uma escolha, e tudo isso vai contribuindo para o que faz.

Quando mandara meu mexer com AutoCAD que eu não tinha o menor interesse, eu ganhei alguma coisa. Sempre que resolvi aprender algo que nunca usei na vida eu aprendi alguma coisa. Sempre que gastei tempo com "curiosidades" aleatórias eu senti perda de tempo. Que precisa também, mas não pode ser só isso. Tem hora para entretenimento e hora para o sério. Minha vida está longe de se resumir a uma assunto. Ficar bitolado não faz bem pra ninguém. Ter consciência d oque estava me ajudando ou atrapalhando, saber quando meu cérebro estava me enganando, me ajudou bem, poderia ter ajudado mais, mas é o que foi minha vida.

Pra mim entender tanto de baixo nível, mesmo sem ter trabalhado tanto nisso, e entender as necessidades de negócios, mesmo sem ser gestor ou ter posições estratégicas, a não ser em meu próprio pequeno negócio, o que não conta tanto, foi fundamental para criar o que eu sou.

Dar valor ao acerto e não treinar tanto o erro foi talvez o que mais me beneficiou, ao mesmo tempo que foi bem desafiador, até hoje.

Ainda tenho muito que aprender e sempre vou me manter sendo um desenvolvedor, mas estou chegando no ponto de tomar outros ares também. Quero devolver um pouco do que fizeram por mim, não quero ganhar com isso. Eu posso viver de outras coisas, é hora de realizar um sonho.

Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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"Para ser sênior precisa errar muito"

E o mais importante, precisa aprender com o erro - e depois só cometer erros novos :-)

Quem erra sempre do mesmo jeito é porque não está evoluindo, e por definição não chegará a sênior.

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Sem dúvida. Esseé um ótimo resumo. Que nem o ChatGePeTo conseguiria fazer tão bem :D Eu até coloco depois (ou antes, não sei) sobre não treinar o erro. Porque é isso, errar é necessário, repetir é treiná-lo.