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Eu já respondi diversas vezes sobre isso, principalmente no Quora. É uma questão recorrente, e por coincidência acabei de responder alguém que quer fazer o contrário e sair da área para ir para a psicologia. Não entrei na questão de a pessoa saber bem o que quer, que é importante, mas desejei que ela fosse feliz, antes de tudo. No fundo é a única coisa que importa. Sem imposição, sem criar um fardo para a pessoa, porque não tem como a pessoa ser feliz se ela tem que se esforçar demais para isso.

Eu não gosto de indicar a pessoa para fazer nada para se sustentar, e não vou tentar explicar para alguém formado em psicologia que tudo é questão de expectativa, mas pode servir para outras pessoas que estão lendo. Para ser feliz é melhor ter baixas expectativas, porque a felicidade sempre vem quando elas são cumpridas.

Claro que baixar demais pode criar um problema para a pessoa. Achar o equilíbrio disso não é fácil, mas eu sei que as pessoas não precisam de muito para se dar bem, o resto é cumprir expectativas culturais, alimentar o ego que sempre é voraz. E também é justo que a pessoa tenha alguma ambição de algo mais consumista.

O que já posso adiantar é que se a pessoa não tem vocação para a área, se ela não se sente feliz no que faz, se não está disposta até a se sacrificar pelo objetivo, será difícil para ela se dar bem. É uma área difícil. Mesmo tendo muita vaga disponível também têm cada vez mais pessoas reclamando que não acha essas vagas. Em geral, a maioria delas só estão disponíveis para quem consegue entregar algo bom. E o bom não é fácil como alguns "vendem" por aí. Trabalhar com desenvolvimento de software é uma das coisas mais difíceis que um ser humano pode fazer, porque vai contra a natureza da maioria das pessoas. Tem que ter isso em mente antes de começar.

Se tiver isso claro e tiver capacidade de desenvolver uma carreira, não importa a idade. Pode ser que algumas pessoas tenham dificuldade de se adaptar, de se reinventar, depois de certa idade, mas é uma questão pessoal, e não geral. Terá que fazer uma análise pessoal antes de realmente tomar a decisão.

O mercado precisa de pessoas capazes de produzir boas soluções e sejam comprometidas com o que fazer. Precisam também de pessoas experientes. Experiência em outras áreas pode ser um diferencial. Só precisa garimpar a oportunidade certa. Por incrível que pareça, a área tem muito de psicologia (eu tive 2 semestres em um curso de computação), e a maioria das pessoas falham nisso. Tem um diferencial aí.

O fato de gostar de algo mais exato, conforme demonstrado, ajuda. Matemática é a essência de tudo na computação, e muitas falhas por não gostarem ou não ter o básico disso muito bem entendido.

De fato precisa aprender muita coisa para fazer algo realmente útil. Algo meio útil é bem mais fácil e rápido. Mas não pode tomar o caminho mais fácil para ter uma carreira sólida.

A questão da educação superior é pessoal. Para algumas pessoas é fundamental, para outras é desnecessário, e para outro grupo é perda de tempo, nem o curso dará condições para ela. É a triste realidade. Só você pode dizer, até por tentativa e erro, o que é melhor para você. Se perceber que está no caminho errado tem que mudar de rota. O fato de já ter um curso superior já ajuda muito. Parte da vantagem do curso superior é fazê-lo, não importa o conhecimento. Um curso bom pode dar uma grande ajuda, mas é possível conseguir tudo sem ele, para alguns. Curso ruim só ajuda quem não precisa dele.

As boas vagas não querem saber se você tem curso superior na área ou não. Algumas até exigem algo para entender e a pessoa investiu em si mesmo, se já passou por um processo de seleção (ainda que atualmente isso já não seja garantia mais). Interessa dar resultado. O diploma ajuda(va) atestar que a pessoa está mais próxima de ser capaz de entregá-lo. Tem como atestar de outras formas.

Tem que começar dar os primeiros passos, ir estudando um pouco para ver se vai se dando bem ou não. Tem que ir acelerado já que tem menos tempo que os demais na área para a idade.

Pode ser a melhor escolha da vida, ou pode ser um erro mudar para essa área. Só tem um jeito de saber. O que posso garantir é que o enrolador tem cada vez menos espaço, tenha certeza que está entrando a sério.

Não é problema mudar de área de novo se não se der. Não é o ideal, mas a vida é assim.

Acredito que seu caso é mais de começar a fazer. Procurar o caminho certo, a maioria não procura, então se o fizer estará em grande vantagem, é começar com 30 anos pode ser um auxílio nisso, tem mais maturidade, porque se começar quando é imaturo, vai procurar a gratificação imediata que leva a caminhos não tão bons e vicia, você não consegue mais sair disso. E isso você já sabe. Quem não sabe tem alguns depoimentos aqui.

Desejo sorte e bom senso na escolha dos caminhos, o que fará a sorte ser menos importante. Fazendo o que quer, estando feliz, e tendo uma base sólida é só questão de esforço e tempo, dá certo.

Lamento quem não consegue, ainda não achou a área certa, mas achará alguma coisa.

Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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Primeiramente, muito obrigado por dedicar um bom tempo para trazer uma resposta completa e sensata. Li tudo com muita atenção e gostei do seu ponto de vista.
Realmente, estou decidido a entrar na área e não estou entrando para fazer de forma relaxada ou para ser relapso no que fizer.
Tem um amigo que estudou comigo na mesma faculdade e no mesmo curso, ele, na época, tinha algo em torno de 32 anos. No começo, achava que de certa maneira ele estava começando tarde (ignorância minha). Com o passar do tempo, percebi que pela maturidade dele, ele conseguia ter um aproveitamento muito superior no curso. Isso não acontecia por conta de um desempenho acadêmico elevado, mas acontecia porque a maturidade dele permitia ser mais sensível a algumas nuances.
No último ano de graduação, olhava ele com muita admiração, não pelo desempenho acadêmico, mas por perceber que algo que a princípio, por ignorância, eu via como vantagem, era na verdade, um grande ponto forte para ele.
Ao ler sua resposta, essa história me veio na cabeça. Mais uma vez, obrigado por dedicar seu tempo para compartilhar seus pensamentos!