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Pare de ser útil! Seja...

Nos últimos meses acompanhei vários posts e vídeos a respeito do quanto as pessoas estão preocupadas em perder o emprego para I.A. em um futuro muito próximo. Especialmente alguns profissionais da área de tecnologia.

Não acredito que seja bem assim.. Mas entendo que a preocupação é real.

Para quem anda refletindo sobre como se tornar um profissional mais útil na intenção de ser cada vez mais desejado e indispensável na empresa, cuidado! Isso pode ser uma armadilha.

Ser útil soa como um propósito admirável, à primeira vista. Mas quando a percepção de valor sobre o seu trabalho se baseia apenas no seu nível de utilidade ou de entrega com métricas meramente quantitativas, isso pode objetificar você e a relação com a sua carreira e te transformar em uma ferramenta da empresa.

Mas não é assim que as coisas funcionam ? É só eu entregar mais código e mais rápido, e então meu valor no time vai ser ainda maior. Então quanto mais útil melhor, certo?!

Pois é, funciona assim, principalmente com as empresas que tratam as pessoas como recursos (humanos). Que somados aos outros recursos compõem um item no balanço, com foco de ser reduzido.

Quem é útil tem valor de uso que pode vir a diminuir com o tempo ou à medida que surgem outros mais avançados.

E qual é a alternativa então ?!

Ser contributivo!

“Não se trata de um jogo de palavras. Quando quer ser útil, você olha para fora e procura a porca ou o parafuso a ser apertado. Quando quer ser contributivo, você olha para dentro e procura em si o que pode ser oferecido, seus dons e talentos, suas inteligências, sua integridade, seus valores e virtudes. O que torna você a única pessoa capaz de fazer o que faz.“

Em outras palavras, não se trata de evitar as tarefas comuns, porém necessárias do board.

Ser contributivo é sobre trazer a sua visão de mundo e experiências ( não só técnicas) para agregar valor ao negócio, mesmo executando tarefas úteis para o objetivo comum. É buscar sintonizar o seu propósito com o que você faz.

Por outro lado, um ambiente de trabalho que se relaciona de forma saudável e contributiva precisa valorizar a diversidade, respeitar a individualidade e fomentar a empatia, como base da sua cultura.

Há alguns anos estive num momento de transição de carreira. Eu era concursado com carreira "estável”, mais de 10 anos construídos com muito orgulho e bem reconhecidos em uma grande organização, e mesmo assim me peguei refletindo várias vezes sobre o quanto eu sentia que meu trabalho era realmente valorizado.

Essa reflexão, baseada no livro O velho e o menino - Roberto Tranjan, foi um importante insight no processo de amadurecimento e transição profissional.

No futuro, o diferencial do ser humano é Ser Humano

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Texto sensacional meu caro. Aqui na empresa falamos muito de ser propositivo. Após ler o seu texto posso concluir que as duas coisas são iguais.

Três perguntas que vem me ajudando a ser mais propositivo:

  • Precisa ser dessa maneira?
  • É realmente importante agora?
  • Não existe nada que entregue mais valor que isso?

Não importa de quem ou de onde venham as demandas, eu sempre me faço essas perguntas antes de acordar prazos e iniciar o desenvolvimento. Isso tem ajudado muito na tomada de decisão e no foco das demandas.