Você odeia programar? Então transforme tudo em um “game”!
Muitos passam por situação semelhante a essa e se perguntam se é normal estar em meio à tecnologia e odiar programação. Pois isto é algo muito mais comum do que se possa imaginar.
Muitas vezes o aluno sente um desconforto enorme em sala de aula. Segue as orientações do professor, abre a ferramenta de desenvolvimento, cria um projeto e, totalmente desanimado, simplesmente copia as coisas que são passadas posteriormente. Porque se depender de sua própria iniciativa, nada sai de sua mente, ora criativa. Por vezes, o aluno “mata” a aula se distraindo com outras atividades, só para poder passar o tempo e se livrar daqueles minutos intermináveis de lógica de programação, algoritmos e afins.
É um tal de “eu travo na hora” misturado com “não consigo pensar”, “tudo é tão difícil”, que a impressão que dá é que são casos perdidos, que é impossível mudar este cenário que muitas vezes se apresenta.
E se isso for algo possível de mudar?
Já fez essa pergunta pra si mesmo: eu estou fazendo “algo que gosto” ou estou fazendo algo que “está dando certo por aí”?
O que “de cara” já dá pra identificar é que são coisas completamente diferentes. Você está em um curso, sendo obrigado a cumprir as metas estabelecidas pela grade curricular e empurrar goela abaixo aquilo que lhe passam. Logo, não é exagero as pessoas desistirem do que fazem para escolherem fazer aquilo que realmente gostam. Novamente, isso é mais comum do que possamos imaginar. E o problema não é exatamente das pessoas. O problema reside, em tese, no modelo atual de ensino.
Sabe aquela pergunta que sempre fazemos no ensino fundamental e médio? Porque estudamos determinadas matérias, nesses anos iniciais dos nossos estudos? É sempre a mesma regrinha: aprender A, depois aprender B, aprender C e aprender D.
Muitas vezes somos obrigados a decorar termos e comandos (no caso de linguagens de programação), sem ao menos saber seus significados. Até chegar um outro professor, com um outro paradigma de programação e dar um “reset” na mente de cada um de nós. E o ciclo se inicia novamente.
Motivação e propósito
Então como lidar com tudo isso? O que pode nos motivar a continuar e não desistir? Pode ser qualquer, qualquer coisa. Tenha em mente algo muito importante: essa “coisa” deve ser o seu foco. Anote sua motivação em uma folha de papel. Ela será lembrada mais tarde, acredite.
Ter um propósito é algo que nos alimenta todos os dias, ao acordarmos. Tenha isso muito bem definido com você. Motivação e propósito. E se aliarmos a isso uma gamificação em nossas vidas? E fazer nossos dias se tornarem muito mais divertidos?
Você, com certeza, já tentou começar alguma atividade, seja lá qual for, e já se deparou com seus limites “gritando” pra você parar. Uma hora é o horário que você levanta que te traz preguiça, outra hora o cansaço do dia que pode te prender à noite em casa, e aí você não tem motivação alguma para dar o primeiro passo.
Transforme tudo em um “game”
Tome uma decisão importante: comece do zero. E pare de se comparar com quem está mais à frente que você. Você só precisa ser melhor hoje do que você foi ontem. E agora vem a melhor parte. Prepare recompensas para si próprio. Nosso cérebro precisa desses estímulos. Crie pontuações para cada “fase” que você completar deste jogo. Conseguiu acordar cedo? 10 pontos pra você. Caminhou por algum tempo antes de ir ao trabalho? Mais 20 pontos pra você. A chuva atrapalhou seu treino? Ela é uma das fases mais difíceis de se passar. 50 pontos se caminhar na chuva. E assim por diante. Você não vai precisar de muito tempo para tornar isso um hábito e seu cérebro vai adorar.
A programação de computadores: o desafio final
Chegamos em outra fase bem difícil de ser ultrapassada. O estudo de programação. Insista. Você já venceu outros desafios. O campo de batalha você já conhece: a faculdade. Motivação você já possui (lembra de ter anotado em uma folha de papel?). Agora associe suas recompensas com algo muito bacana que você goste de fazer. Por exemplo, você fez um determinado número de pontos, pode comprar aquela pizza gostosa no fim de semana.
E aqui vão algumas sugestões:
- Criar um novo projeto do zero: 10 pontos;
- Concluir um exercício fácil: 20 pontos;
- Concluir um exercício médio: 30 pontos;
- Concluir um exercício difícil: 40 pontos;
- Interagir ativamente com o professor: 50 pontos;
- Prova ou exercício entregue: 100 pontos;
Em cada semana, avalie sua pontuação e aproveite suas recompensas. Mas antes de tudo isso, é importante que você passe pela primeira fase, que descrevemos a seguir.
Porque é tão difícil admitirmos nossas dificuldades?
Criar um compromisso consigo mesmo é importante. Mas deixá-lo claro publicamente aumenta consideravelmente o seu nível de comprometimento. Seja honesto com você mesmo e principalmente com seu professor. Esclareça sobre seu interesse em progredir mas assuma suas dificuldades. Isso trará uma sensação de colaboração entre as partes. Mas a honestidade tem que estar à frente de tudo. Não tente passar seu professor “pra trás” querendo ganhar nota “na malandragem". Ele irá perceber facilmente isso. Essa é a primeira fase do seu jogo.
Conclusão
Mantenha o foco. Lembre-se sempre de sua motivação. Transforme tudo em um “game”. Seja honesto sempre. Admita seus erros e dificuldades. A dificuldade é passageira. E você vai vencer este jogo.
Léo Andrade é especialista em tecnologia, referência em low-code e no-code no Brasil e autor dos e-books gratuitos A Revolução Low-code e Citizen Developers – e-mail: [email protected]