Entenda um pouco mais sobre Raciocínio Lógico
Dedução
Existem várias formas de exercitar o raciocínio lógico. Uma delas, de grande importância, é a dedução. Talvez você não tenha percebido, mas pratica a dedução em situações mais cotidianas possíveis.
Trata-se da capacidade de compreender uma lei geral para inferir sobre um evento particular. Para isso, é necessário analisar um conjunto de elementos para definir uma proposição particular. É muito importante saber como funcionam as premissas.
As premissas são as preposições ou hipóteses para formar um raciocínio. Por exemplo, considerar que toda pessoa nascida no estado de São Paulo é paulista, é uma premissa. É importante armazenar essa informação, pois é o primeiro passo para efetuar o raciocínio lógico dedutivo. Depois, considere que todo brasileiro é sul-americano. Esta é outra premissa que parte de uma lei geral que não será alterada. Para efetuar a dedução, considere as duas informações": paulistas são nascidos no estado de São Paulo e todos os brasileiros são sul-americanos. Logo, podemos dizer que todo paulista é sul-americano, pois é nascido no Brasil.
Uma dica importante para desenvolver seu raciocínio dedutivo é observar as palavras-chave presentes nas frases e encontrar a lei comum que as rege. As premissas podem ser infinitas, porém o raciocínio só será assertivo, desde que sejam verdadeiras. Termos como "sempre", "todos", "nenhum", "alguns" serão recorrentes em enunciados deste tipo.
Saiba que a dedução é um mecanismo de desenvolvimento não somente para situações cotidianas. Ela pode ser usada em muitos casos de cálculos, balanços e decisões orçamentárias. Portanto, utiliza as dicas aqui propostas e não deixe de praticar.
Indução
A indução é mais uma das competências da lógica e está relacionada à capacidade de compreender um conjunto de eventos particulares para inferir um padrão universal. Seria o inverso da dedução, sendo importante ressaltar seu caráter de hipótese.
Na indução, as premissas também precisam ser verdadeiras, porém a conclusão tem caráter de probabilidade. Sendo assim, são feitas inferências a partir da recorrência de contextos isolados. As inferências podem ou não ser verdadeiras.
Para saber como funciona o raciocínio indutivo por meio de inferências, considere, por exemplo, uma sequência numérica que se comporta da seguinte forma: “2, 4, 6, 8, 10, ...”. Seguindo a lógica estabelecida, pode-se considerar que o número seguinte será o 12, ao considerar o padrão de sequência apresentado. Trata-se de uma probabilidade que pode ocorrer, porém, como ainda não foi finalizada a sequência, ela poderia ser alterada a qualquer momento.
Note que, pelo caráter probabilístico, é muito comum considerar a indução como uma prática estatística, porém não se trata de uma operação matemática. Tal competência está relacionada às ciências experimentais, ou seja, fundamentos a partir da experimentação. Logo, os resultados obtidos devem ser testados para ter uma conclusão concreta.
Uma dica importante para trabalhar o raciocínio indutivo é observar claramente os padrões em que se colocam as premissas, para depois chegar à conclusão. Observe atentamente os eventos e suas recorrências, analisando as possibilidades em que podem ser trabalhados.
Conclusão: Desenvolver a lógica considerando esses eventos particulares pode lhe ajudar a exercitar seu pensamento crítico, além de orientá-lo para ações futuras. Continue praticando a indução por meio de atividades que desenvolvam este pensamento crítico.
Suponde que 12h uma mulher chamada Fernanda vai na cozinha tomar água que está dentro da geladeira. Ela pega a jarra de água e coloca no copo. 19h ela faz a mesma coisa pegando a jarra de água dentro da geladeira e colocando em um copo para tomar. A probabilidade de toda vez que estiver com sede pegar jarra de água dentro da geladeira é grande.
Na indução, fazemos inferências da recorrência de uma situação e analisamos a probabilidade de aquilo se repetir da mesma forma toda vez que aconteça. Sendo assim, induzindo com base na probabilidade, a água será a da geladeira em todas as situações, sendo o mais provável. Isto não quer dizer que pegar água da torneira não seja uma opção, mas observando os padrões apresentados, a maior probabilidade é de pegar a água na geladeira. Observe esses pontos sempre que for desenvolver a indução.
Abdução
É muito comum quando se lê a palavra “abdução” rapidamente realizar a associação ao ato de abduzir, teletransportar-se. Porém, na lógica, a abdução está mais relacionada à capacidade de estudar os fatos e delinear uma teoria para explicá-los.
Na prática, tal competência se comporta a partir da observação e pensamento hipotético. Isso significa que será necessário supor determinada teoria para explicar uma situação, ou seja, criar uma hipótese mais válida para explicar um fenômeno. Para que tal hipótese ocorra, será necessário se alicerçar em seu conhecimento de mundo.
Entenda como funciona: você sabe que a água é capaz de molhar objetos, seres e espaços. Além disso, sabe que todas as vezes que chove o telhado da sua casa fica molhado. Se acordar em determinado dia e ver o telhado de sua casa molhado, automaticamente vai ter o pensamento hipotético de relacionar a situação à chuva.
Você pode perceber que outras situações poderiam ser postas a explicar o ocorrido, porém a mais provável delas está associada ao seu conhecimento de mundo e de observações concretas que o levam desenvolver este raciocínio.
Portanto, o raciocínio abdutivo não estará pautado em verdades absolutas, mas, sim, nas hipóteses mais prováveis para interpretar e gerar a sua verdade.
Uma dica importante para trabalhar essa competência é considerar o conhecimento concreto que você já possui sobre determinada situação, pois de nada valerá criar hipóteses fantasiosas para fatos objetivos. Procure sempre trazer para perto a justificativa mais plausível e considerável de acordo com os elementos que estão à sua disposição.
Considere que a associação de elementos será fundamental para desenvolver o raciocínio lógico. Sendo assim, é necessário ampliar cada vez mais seus conhecimentos e exercitar esta prática que está tão próxima do seu dia a dia.
Associação
Você já sabe que, para exercitar a lógica, é importante associar elementos. Sem essa conexão, o raciocínio lógico não pode ser concluído com sucesso e muitas informações ficam perdidas, levando a desdobramentos não verdadeiros.
Por isso, existe uma competência da lógica que é denominada “associação”. Tal competência é exercitada a partir da relação de diferentes tipos de informações na busca de uma conclusão adequada. Basta que o observador compreenda os contextos aos quais estão postas as informações.
Considere, por exemplo, que todos os alunos de um curso de medicina foram aprovados na disciplina de anatomia. Porém, apenas alguns alunos foram aprovados na disciplina de química. Para progredir de série, é necessário que todos os alunos sejam aprovados em todas as disciplinas. Ao associar as informações, você pode concluir que nem todos os alunos do curso de medicina progrediram de série.
Veja que os mecanismos de desenvolvimento do raciocínio lógico são simples e dependem muitas vezes da interpretação de quem está diante do contexto. Geralmente até mesmo os casos em que incluem operações matemáticas são básicos se o observador seguir uma linha de raciocínio construtiva, ou seja, adicionando os elementos por partes.
Uma dica importante para exercitar a associação é encontrar os elementos-chave dos contextos em que se apresentam, além de palavras estratégicas, como “alguns”, “todos”, “nenhum”. Depois de identificar os termos, procurar associar pequenas partes até chegar ao todo, que é a conclusão do questionamento ou situação.
Veja que a estrutura de correlação funciona muito bem para o desenvolvimento do pensamento associativo. Portanto, considere que o estudo dessa competência lógica é fundamental para diversas situações, inclusive considerando as outras categorias do raciocínio lógico que trabalham com muitas informações.
Síntese
Considere o conceito de síntese como sendo uma abreviação ou uma conclusão sucinta de um aglomerado de informações. Agora, procure refletir como a síntese pode estar associada ao raciocínio lógico.
A síntese consiste em interpretar e associar diferentes ideias para gerar uma conclusão. Isso significa que é necessário desenvolver a competência de análise dos elementos postos em questão e organizá-los de forma simplificada ao fim.
Na realidade, o processo funciona como uma espécie de “filtro” para obter essa conclusão.
De forma prática, basta considerarmos um contexto de diversas informações que precisam ser resumidas de forma homogênea e clara. Por exemplo, você e sua família estão planejando uma viagem para as férias. Parte da família prefere praia e a outra não abre mão de um shopping. Antes de escolher o local, considere que um dos integrantes só pode viajar aos fins de semana.
De forma sintética, considere pontos-chave da situação: é necessário que todos viajem juntos, atendendo ao requisito de sazonalidade (fim de semana) e situações particulares, como a existência do shopping e a preferência pela praia.
A conclusão mais sintética que você pode chegar é planejar uma viagem para uma grande cidade praiana em um fim de semana. Assim, todos podem ser atendidos, apesar de suas particularidades.
Uma dica importante para desenvolver raciocínio sintético é considerar o contexto macro em que se apresenta determinada situação. No exemplo anterior, seria o contexto da viagem em família. Depois, será necessário reunir as particularidades e encontrar uma solução que abranja todos os pontos-chave necessários.
Note que não se trata de uma situação de erros ou acertos, mas, sim, de melhor adequação ao contexto. Portanto, considere que a competência de síntese será desenvolvida no momento em que informações diversas precisem ser resumidas de acordo com um denominador comum.