Excelente post, clacerda!
Faz total sentido o que você escreveu.
A sua análise sobre programar ser muito mais do que apenas "codar" bate perfeitamente com a minha própria experiência, e acho que a de muitos outros desenvolvedores.
Eu mesmo já passei por isso muitas vezes, principalmente em projetos pessoais. No passado, eu ficava semanas preso no desenvolvimento. A minha ânsia era codificar tudo o mais rápido possível, pensando que estava ganhando tempo, otimizando a entrega. Mas aí, quando me dava conta, estava gastando um tempo enorme adaptando funcionalidades, corrigindo bugs inesperados e lidando com coisas que nem tinham passado pela minha cabeça no início, que surgiram totalmente fora do escopo original. Tudo isso por causa daquela ânsia de "codar rápido".
E, como você bem mencionou sobre a época de "vibecoding", percebo como o uso descuidado de IA, apenas para gerar código mais rápido, poderia até piorar essa situação se não houver planejamento.
Até que resolvi dar um basta nisso e mudei completamente minha abordagem, inspirado justamente por essa percepção que seu texto ilustra tão bem. Hoje, ao invés de sair programando de cara, eu invisto um tempo considerável na fase de planejamento e análise, usando a IA como uma ferramenta antes de escrever código:
- Valido hipóteses: Uso a IA para discutir a ideia central, possíveis problemas e cenários.
- Analiso a stack: Peço para a IA comparar tecnologias, listar prós e contras de usar X ou Y para aquele contexto específico.
- Refino a arquitetura: Discuto a arquitetura que imaginei, questiono as decisões ("por que seguir o caminho X e não Y?"), e peço sugestões de padrões ou abordagens alternativas.
- Só depois de passar por essa fase de validação e planejamento é que eu realmente coloco a mão no código.
O resultado? Sim, eu demoro mais para começar a codar. A fase inicial se estendeu. No entanto, depois que começo, o desenvolvimento flui de forma muito mais suave. Aquele ciclo interminável de "coda > testa > arruma > quebra outra coisa > arruma de novo" diminuiu demais. Estou levando mais tempo para dar o pontapé inicial, mas estou salvando um tempo precioso de depuração, refatoração e retrabalho lá na frente.
Seu post e o diagrama do estudo capturam essa realidade perfeitamente: focar apenas na velocidade de escrita do código é uma ilusão.
O verdadeiro ganho de produtividade vem de entender o problema, pesquisar, planejar e validar antes – exatamente as atividades que o estudo mostrou serem tão significativas.
Ótima reflexão! Um abraço.