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Você é Senior?

Era 2006, e após passar várias horas jogando Dragon Ball Budokai Tenkaichi 2 com os meus amigos, comecei a perceber que no meu ouvido um ruído de fundo era constante, e toda vez que Eu fechava meus olhos, podia ver claramente uma cena do Goku enchendo o Majin Boo de porrada. Eu só conseguia pensar nisso o dia todo, mesmo depois de algumas horas passadas.
Hoje, percebo um fênomeno parecido quando uso meu celular. Esse ruído constante no meu ouvido, que hoje não são mais as vozes dos personagens do jogo, mas são as vozes dos vídeos que assisto, ou as músicas de fundo dos vídeos de dancinha. E acontece que:

Eu tenho dificuldade em ouvir meus próprios pensamentos.

Eu imagino que você também passa por isso. E portanto, momentos de reflexão ficam cada vez mais raros.
Neste texto, vou provocar em você um momento de reflexão, ou pelo menos de expurgo do que você acha que pensa. Vou propor um cenário para responder a pergunta do título e, talvez, você consiga ouvir sua própria voz.
De ponto de partida, considere as seguintes questões adicionais:

  • O que entendo como "ter experiência"?
  • Quanto tempo é necessário para se "ter experiência"?

Agora, considere o cenário

Chiquinho e Juquinha são programadores há 5 anos.

Chiquinho

Chiquinho trabalhou inicialmente como desenvolvedor backend JR em uma empresa que desenvolve e-commerces. Lá, ele resolvia bugs e desenvolvia pequenas melhorias; Como regra da casa, todo bug precisava ter um teste escrito simulando o bug, e sua correção precisava garantir que o teste passaria. Isso garantia que se houvesse regressão do bug, ele seria facilmente identificado no processo de integração.
Após 2 anos, ele foi promovido à Pleno e ofereceram para ele a oportunidade de participar de projetos mais ambiciosos, que envolviam a melhoria de escalabilidade de lojas de grandes clientes; Ali, ele aprendeu a coletar e analisar métricas; aprendeu a isolar os gargalos e corrigir só o que precisa; Nesta posição, ele trabalhou por mais 1 ano, e já com 3 anos de casa, ele recebeu e aceitou uma proposta de uma outra grande empresa, porém, ele foi contratado como Pleno, mas teria um acréscimo de salário.
Foi então que ele percebeu que o ritmo lá era outro. Os JRs lá, sabiam muito mais do que ele, e ele teve que se aprimorar muito para acompanhar o time, e foi então que ele passou a entender conceitos mais avançados sobre arquitetura e as melhorias e escritas de teste aqui faziam muito mais sentido. E após 2 anos nesta nova empresa ele finalmente conseguiu uma promoção para Senior e agora desempenha também, um papel de mentor dos outros membros do time com menor senioridade.

Juquinha

Juquinha começou sua carreira em uma fábrica de software como um desenvolver backend JR. Lá, ele sempre trabalhou em projetos novos e no geral, tinham um mesmo perfil. Chegava o projeto, eles desenvolviam, entregavam o projeto e nunca mais o tocavam novamente.
Juquinha tinha uma mente aguçada. Se envolvia nos projetos e ganhou a confiança da gestão. Com 1 ano ele foi promovido à Pleno. E após 2 anos, ele foi promovido à Senior.
Agora ele tinha o papel de também mentorar os outros membros do time com menor senioridade.
Porém, ele nunca deu bola para boas práticas, e escrita de testes. Como ninguém nunca fazia, ele aprendeu que não era necessário e chegou ao ponto de acreditar que escrever testes era perda de tempo. No contexto dele, há quem diga que errado ele não está. Os projetos sempre chegavam para serem entregues "pra ontem".
Como Senior, chegavam demandas mais complexas, como análise de performance e melhorias para garantir mais escalabilidade. Juquinha fazia suas análises lendo o código base do sistema, afinal, ele sabia identificar problemas de performance só vendo o código. Sobre escala? Refaz com microserviços!

Momento de reflexão

Dado o contexto dos dois programadores e que ambos são Senior com 5 anos de mercado, acredito que você já tenha material para responder às questões acima.
Se você tivesse uma startup que vai precisar suportar um grande número de usuários, e você precisa identificar as melhorias que precisam ser feitas para que isso seja possível. Qual dos dois você contrataria?

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Boa reflexão!

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Não dá para saber, não é assim que se contrata alguém. Papel aceita tudo. A vida real as coisas não são tão manequeístas

O que é einteresse no texto que é mostra que os títulos usados são referentes a algo que a em presa usa como orgamização de RH, não algo sobre a capacidade e experiência qualitativa das pessoas, por isso esses títulos não deveriam ter a pro jeção no mercado que as pessoas dão para eles.

Veja: https://www.tabnews.com.br/maniero/faq-do-programador-perdidao


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

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Valeu, Maniero. Acredito que você foi o que chegou mais perto da questão central do texto, e a culpa é minha. Acredito que há caminhos para Eu ter escrito melhor o texto sem ter criado nenhuma confusão.
O título "Senior" em si, pode variar muito de empresa pra empresa. Mas o conceito "Senior", geralmente vem atrelado com a imagem de um profissional que "manja muito" e é capaz de resolver "qualquer problema".
Imagino que ligado à essa ideia, Eu entenderia que um profissional que está em uma posição de "Senior" e que embasa suas decisões em "achismos", ao invés de métricas e ferramentas de análise (o caso de escolher Microserviços, porque sim), certamente (e do meu ponto de vista) está incongruente com o que entendo que seriam as expectativas de um profissional nesta posição.
Mas, é só uma visão pessoal. Até escrevi um segundo texto: "Você é Senior? parte 02" para adicionar mais contexto.
E maninho, seu FAQ é muito bom viu! Dá pra recomendar ele em 80% das publicações daqui. Inclusive da minha hahaha
Um forte abraço!

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Juquinha para resolver a situação e estabilizar a empresa (curto a médio prazo), e em seguida Ciquinho pra criar, evoluir e padronizar os processos de desenvolvimento (longo prazo)!

Cada Perfil de Sênior se encaixa em um dos estágios de evolução da empresa...
Em startups o Perfil do Juquinha é muito mais cobiçado inicialmente por fazer acontecer e mostrar resultados logo, ao passo que a startup vai evoluindo e estabilizando o Perfil do Chiquinho passa a ser o mais procurado pra manter/melhorar oque foi construído!

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Nenhum... que post estranho. Cada um tem sua jornada, tempo e vivências diferentes. Boas práticas se aprende, assim como testar, lidar com escalabilidade.

Esses cenários são completamente arbitrários e não dizem se um ou outro candidato poderia lidar com as minhas demandas. Também senti que o post poderia ter um desenvolvimento melhor dado o título, questionando a nossa própria senioridade.

Eu sou engenheiro de software, não empreendedor. Sim, entrevistei já muita gente, mas meu papel principal não é esse.

Eu imagino que você também passa por isso

Pior que não 😅

Você também trouxe dois questionamentos (o que é ter experiência e quanto tempo leva), nos seus dois exemplos ambos tiveram o mesmo tempo e vivências diferentes, não teve uma possível conclusão, só prova que isso é relativo. E sobre isso não tem o que refletir, é relativo mesmo!

Pareceu uma questão de prova dissertativa