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Relato 01: Controle de tarefas diárias - Panorama

A pandemia afetou todos nós, físico, psicológico e financeiramente. Tivemos muito tempo para refletir nas próprias vidas, sendo obrigados a ficar dentro de casa. Durante uma boa parte da pandemia eu senti minha produtividade se esvairindo ao ponto de eu quase desistir 4 vezes da universidade. Tentei várias coisas para mudar essa situação e inclusive, cheguei a pensar que eu estava com depressão.

Resumindo a história, 3 hábitos foram uma virada de chave para mim, bom, pelo menos no começo. Ler antes de dormir, acordar cedo e anotar as tarefas principais do meu dia. Noutro post posso comentar sobre os dois primeiros, respectivamente. Mas vamos focar especialmente nesse último, pois este até me serviu de base para a construção do meu TCC.

Motivações

Eu sempre fui bastante relaxado e esquecido e por mais que me comprometesse comigo mesmo para fazer algo, era bastante comum esquecer com o tempo e voltar a estaca zero. Por conta disso e de outros fatores desconfio demais que tenho pelo menos uma das três coisas: TDH, autismo e/ou ansiedade. Mas isso é assunto pra outra postagem também hahaha, se fizer sentido para vocês.

Método

Anotar as coisas mais importantes para mim foi crucial para me manter na linha. Desde Acordar até 8hrs da manhã, Estudar Design Patterns até Ler antes de dormir ou Comer uma fruta, eu listava de 15 a 25 "tarefas" que eu deveria fazer todos os dias e que abarcavam minha vida profissional, acadêmica e saúde.

Usava o caderno para anotar todas as tarefas religiosamente. Ao acordar, listava as mesmas tasks do dia anterior, quase sempre eram o mesmo combo de tarefas com raras mudanças. As vezes eu adicionava algo que achava estar faltando ou tirava algo que perdia a relevância para mim. Aconteceu duas vezes e foi muito legal de eu perceber que não havia mais necessidade de listar as tarefas "Estudar inglês" e Beber refrigerante somente aos domingos já que eu SEMPRE fazia elas. Logo, substitui a anotação delas por outras terafas.

Ao final do dia, eu pegava o caderno na página das TASKS do dia e marcava OK para as que eu cumpria e um X nas que eu não cumpria. O mais legal que eu achava era sempre transformar essas tasks em dados. Por cerca de 6 meses eu cheguei a transformar em percentual o meu nível de produtividade diário e passar para uma planilha no excel para capturar alguns padrões.

Curiosidade sobre os dados

Minha produtividade geralmente subia muito entre terça e sexta, e tendia a perder força entre sexta a segunda. Percebi que por conta do meu lazer eu perdia o ritmo e tinha dificuldade de voltar para a rotina. E entre segunda a quarta (mais acentuado entre segunda e terça), era o período que minha consciência pesava e eu me forçava a todo custo a voltar pra rotina, o que acontecia por volta de terça a quinta.

Outra coisa interessante foi ver quais tarefas não cumpridas eram mais comuns nesse período de "desaceleração da rotina" e BUUMM, o óbvio se mostrava nos dados.

Entre sexta e domingo era o período que eu tinha compromisso zero com hora de dormir e acordar, e essa "primeira e ultima" tarefa do dia acabavam se arrastando para o restante do dia e nos dias seguintes, etc.

Falhas no método

Essa lista ou controle de tarefas diárias deu MUITO certo para mim, mas o percentual de "produtividade" foi nomeado erroneamente. O montante de tasks eram enumeradas de 1 até o máximo que eu anotava elas, não possuindo nenhuma classificação ou peso de importância de uma determinada task. Logo, "Utilizar menos o celular" contava 1 OK igual "Estudar o curso de backend", ou "Comer uma fruta" para "Ir dormir antes de 1 hora da manhã".

Claro que são todas tarefas importântes em âmbitos diferentes, mas obviamente, para o momento atual da minha vida, a conclusão de algumas tasks pesavam mais do que outras. Então sem esse discernimento, se eu deixasse de fazer as tasks estudar ingles e estudar programação mas, comcluisse não tomar refri e pegar sol, ainda sim me daria um percentual de "produtividade" elevado. No final das contas, tudo que eu tenho feito foi contar o nível de esforço diário e não o nível de produtividade, já que para estes, eu precisaria colocar níveis de prioridade (ou pesos) para as tarefas.

Transformar em código?

Apesar desta falha, não faltava muito para eu conseguir medir o nível de produtividade. (pelo menos sem um estudo academico embasando os meus cálculos). E considerando que eu havia me tornado mais eficiente, seja nos estudos ou na saúde, eu queria muito criar um aplicativo com isso. Mas eu estava no périodo de fazer o TCC então quis transformar esse "método" ou "controle de tarefas diárias" no meu TCC antes de criar um sistema.

Foi decidido junto com o meu orientador, fazer um estudo prévio para "encontrar o problema de produtividade" antes de pensar no sistema. Então todo o meu trabalho de conclusão de curso foi baseado nos "porques". Assim que finalizei o meu TCC, eu já estava trabalhando como dev e até então eu só havia criado o hábito de anotar as tarefas e transformar em dados. Nada de código e nada de estudo em cima do método. Até que tudo começou a desandar.

A estaca ZERO

Eu sempre fui MUITO ansioso. Em epoca de conclusão de curso e trabalhar como dev eu já estava lidando também com outros compromissos pessoais e isso tudo me sobrecarregou. Daí percebi o lado negativo no modelo.

O hábito de anotar tudo e verificar meu nível de esforço diário tinha se tornado automático e obrigatório, um espelho da minha incompetência todas as vezes que eu abria o caderno para anotar os "OK" e os "X" nas tasks de sucesso e falhas, principalmente os "Xs".

Então, parei com as anotações e perdi os dados que anotei. Alguns meses depois, parei de jogar duolingo e perdi quase 800 dias de ofensiva tanto quanto parei de estudar inglês. Não demorou muito e minha produtividade no trabalho também caiu. Me vi estagnado tecnicamente. Minha saúde mental se esvairiu junto até eu perceber que estava passando por um quadro de Burnout.

O Retorno

Um pouco mais de 1 ano depois, estou aqui com alguns problemas de produtividade e tive a brilhante ideia de retornar com minhas anotações. Acho que no final, o hábito de anotar e medir o nivel de esforço diário me ajudou bastante apesar de em algum momento se tornar um hábito nocivo. Mas isso aconteceu pelo aglomerado de coisas que estava acontecendo na minha vida e pela forma como eu lidei com tudo. Se em algum momento isso me ajudou MUITO, acredito que o acontecerá de novo. Então estou aqui para testar novamente.

Com algumas diferenças, criei o modelo 2.0 e acredito ir mais longe com ele. Quem saiba eu não transforme a ideia em estudo e chegue num modelo 3.0 que realmente meça a produtividade. Minha ideia sempre foi transformar num aplicativo com estrutura gamificada para servir de norte e motivação para as pessoas se tornarem mais produtivas e conseguirem acompanhar o progresso enquanto tiram insight's sobre a própria rotina.

Resolvi relatar aqui para demonstrar a minha experiência com o caso, relatar os meus progressos e falhas e quem sabe eu volte aqui com um modelo mais consolidado e TALVEZ até com um MPV.

Obrigado pela atenção. Seria muito legal ler a opinião de vocês. 😄

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obrigado amigo por ter compartilhado as suas esperiencias, sou dev tambem e lido com dificuldades de foco e continuidade nas minhas tarefas, mesmo as do cotidiano, e o seu método pode ajudar bastante

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