Pitch: Dailyfriend - Uma rede social brasileira livre de anúncios e algoritmos
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Um resumão principal do que está contido aqui
A Dailyfriend foi criada com o objetivo de resgatar as origens das redes sociais, de quando ainda era divertida estar em uma.
A angústia ao utilizar outras redes sociais que claramente prezam muito mais pelo lucro acima de tudo, adotando práticas abusivas para aumentar suas receitas e criando mecanismos para coleta e venda massiva de dados dos seus usuários, motivou a criação de uma nova rede social que pudesse mudar esse paradigma.
O objetivo é claro e visa solucionar uma necessidade de criar um ambiente onde as pessoas possam se sentir seguras e confiantes de que suas informações pessoais não serão utilizadas para venda de dados ou para a alimentação de algoritmos destrutivos que cada vez mais contribuem para deterioração da população e das democracias.
Outro ponto importantíssimo para o projeto é que seja um local onde todo mundo possa se sentir acolhido e que o ódio e a toxicidade da Internet seja minimizada ao máximo possível, coisa que outras redes sociais adoram pois isso gera mais cliques, e consequentemente mais receita.
Dessa forma, a Dailyfriend nasce através de um modelo de negócio que permitirá com que a rede social ainda consiga se manter financeiramente, mas que ao mesmo tempo seja totalmente livre de anúncios e que garanta aos seus utilizadores que suas informações pessoais jamais serão comercializadas ou utilizadas para quaisquer outros fins, além de criar um ambiente amigável para quem utilizá-la.
Assim como foi feito com o TabNews, a Dailyfriend está sendo lançada de maneira incremental, ou seja, nem todas as funcionalidades estão presentes nessa primeira versão do aplicativo. No futuro, é possível que o código do aplicativo seja aberto para que a comunidade de desenvolvedores brasileira possa contribuir para a adição de novas funcionalidades.
Baixe o app!
O aplicativo está disponível na Google Play e App Store. Quem se interessar em baixá-lo, basta pesquisar por "Dailyfriend" nas lojas ou acessar nosso site para ser redirecionado automaticamente para a página de download. Além disso, no site você encontrará mais informações sobre a Daily e sobre sua história.
Algumas imagens
Agora sim, vamos para o tópico principal.
O cenário atual das principais redes sociais
(Os seguintes trechos foram extraídos do meu artigo entitulado "O perigo das redes sociais: Uma discussão sobre o modelo de negócio atual das redes e os problemas envolvidos".)
O modelo de negócio
No segundo trimestre de 2022 a Meta reportou um faturamento total de US28 bilhões de dólares. O Twitter, por sua vez, registrou um faturamento de US1,18 bilhões de dólares, seguido pelo Snapchat que reportou US$1,11 bilhões de dólares.
Mas como essas empresas ganham tanto dinheiro a ponto de juntas somarem mais de US$37 bilhões de dólares, o que representa cerca de 45% a mais do que a indústria da música inteira faturou no mundo em 2021? As principais redes sociais do mercado não cobram qualquer tipo de assinatura ou taxa para que seja possível utilizá-las, então o que explica esses faturamentos exorbitantes? A resposta é simples, principalmente para nós da área de tecnologia, e está disponível nos relatórios financeiros dessas empresas.
De acordo com os relatórios da Meta, em 2020, por exemplo, cerca de 97,9% das receitas globais da empresa vieram a partir dos anúncios que são exibidos nos aplicativos da empresa (Facebook e Instagram, principalmente).
Ou seja, essa é a explicação: a principal forma de obtenção de lucro por partes das empresas detentoras de aplicativos de redes sociais é através da monetização por meio de anúncios direcionados - aqueles anúncios chatos que são exibidos entre uma publicação e outra, por exemplo - que são contratados por empresas terceiras que querem vender seus produtos ou serviços.
O problema é que para essa equação funcionar da forma correta, é preciso que essas empresas garantam a seus anunciantes que o dinheiro deles será bem investido, afinal nenhuma empresa gostaria de gastar fortunas de dinheiro e não ter qualquer tipo de retorno monetário em cima desses investimentos. Para dar essa garantia aos anunciantes, empresas como a Meta e o Twitter investem meticulosamente nos chamados algoritmos, que são modelos altamente treinados visando conversão em anúncios pagos, cujo objetivo principal é fazer os usuários dos aplicativos clicarem nas publicidades dos anunciantes e/ou simplesmente ver um anúncio de uma marca que faça sentido com aquilo que o usuário está procurando ou precisando em um dado momento.
Como funcionam os algoritmos das redes?
De acordo com os relatos de ex-funcionários de diversas empresas de redes sociais que foram coletados e levados ao público através do documentário da Netflix “O dilema das redes”, esses algoritmos são projetados para que, a partir dos dados coletados dos usuários, possibilitar a criação de feeds cujo objetivo maior é prender os usuários e mantê-los conectados o máximo de tempo possível, para que assim, ele forneça cada vez mais dados, retroalimentando os algoritmos, e tendo uma maior exposição à publicidade.
A ideia é que todos os cliques, vídeos, curtidas, comentários, pesquisas, sites visitados e tudo o que fazemos enquanto estamos conectados, possa servir para a alimentação de um modelo que fica cada vez mais fiel àquilo o que queremos consumir, criando assim, um modelo capaz de prever um padrão de comportamento. Esse algoritmo, depois de ajustado, é utilizado principalmente para manter os usuários engajados com o produto, mostrando conteúdos que eles gostam de consumir e prendendo-os a esses conteúdos, assim garantindo com que esses usuários aumentem seu tempo de uso na rede social e mantendo-os navegando sem parar; é utilizado também para fins de crescimento, para que assim os usuários criem uma rede de amigos e convidem cada vez mais amigos para estarem também conectados nas redes sociais; e por fim, como já mencionado, é utilizado para fins de publicidade, para garantir que enquanto tudo isso acontece sejam mostrados anúncios pelos quais esses usuários tenham interessem e que potencialmente trarão lucros para a rede social e para o anunciante.
A partir desses 3 pilares, os algoritmos são capazes de prenderem os usuários de tal forma as redes sociais, que é comum vê-los passarem horas e horas conectados consumindo conteúdo e principalmente anúncios. Nesse viés, o Global Digital Overview de 2020, mostra que o brasileiro passa em média, por dia, 3 horas e 31 minutos navegando em redes sociais, cerca de 21% do dia de um adulto que dorme as 8 horas mínimas recomendadas.
Por conta desses algoritmos e do modelo de negócio adotado, é necessário que as empresas de redes sociais coletem cada vez mais informações dos seus usuários, para que assim, os algoritmos sejam cada vez mais treinados e sejam capazes de fazer os usuários consumirem cada vez mais conteúdo, consequentemente, anúncios, o que acaba por alimentar a máquina de dinheiro das redes sociais. Para a coleta desses dados, frequentemente as empresas de redes sociais acabam abusando dos seus direitos e consumindo informações sem o consentimento dos usuários, conforme será evidenciado na seção seguinte. Ou seja, a forma como as principais redes estão estruturadas hoje, implica diretamente em quebrar, de certa forma, a privacidade de seus usuários, pois para que elas melhorem seus algoritmos e consequemente melhorem seus resultados financeiros e agradem seus investidores, é necessário que mais informações sejam coletadas e processadas.
Além dos problemas relacionados à privacidade, esse modelo de negócio juntamente com os algoritmos, acabam por gerar inúmeros outros problemas, como por exemplo: problemas relacionados a saúde mental, a disseminação de conteúdo falso, a criação de bolhas ideológicas, o incentivo ao consumo e por fim, o vício e a dependência tecnológica.
Os problemas gerados por esse modelo de negócio
Um dos primeiros questionamentos que muitas pessoas fazem em relação às redes sociais é: apesar de todos saberem como elas funcionam e os malefícios que elas podem trazer na vida das pessoas, principalmente por conta dos algoritmos, por que elas ainda continuam tão populares e sendo utilizadas por bilhões de pessoas ao redor do mundo? Sobre essa questão, Jacqueline Sperling, doutora em psicologia clínica, explica que o que mantém os usuários engajados e retornando às redes é o aspecto de imprevisibilidade. Por exemplo, ao realizar o ato de postar uma foto, é impossível saber a quantidade de curtidas, comentários, e o alcance da publicação.
A partir dessa premissa psicológica e dos algoritmos meticulosamente ajustados para mostrar aquilo o que os usuários estão mais propensos a se interessar, as redes sociais acabaram despertando um enorme vício em quem as utiliza. De acordo com uma pesquisa de 2019, 40% dos jovens entre 18 e 22 anos dos Estados Unidos se consideravam viciados e 5% se consideravam completamente viciados nos aplicativos sociais. Esse vício está principalmente relacionado com o efeito que as redes despertam no cérebro dos utilizadores, que é muito similar ao uso de algumas substâncias químicas. "O efeito pode levar a um vício físico e psicológico porque desencadeia o sistema de recompensa do cérebro para liberar dopamina, o produto químico do "sentir-se bem"." (LEE HEALTH, 2019). Esse desencadeamento no sistema dopaminérgico, por vezes aumenta o tempo de duração da substância, e impede a recaptação após a liberação da dopamina, o que aumenta a sensação de prazer momentânea. Esse fator acaba causando uma dependência nas redes sociais, uma vez que o sistema nervoso passa a se adaptar com uma determinada quantidade de exposição, e que diante disso, para se obter o mesmo efeito que se tinha ao utilizar as redes sociais inicialmente, é necessário que o indivíduo aumente seu tempo de uso.
Além dos problemas relacionados ao sistema dopaminérgico, há um outro grande problema que surge a partir da utilização dos algoritmos: as bolhas de informação.
Por conta dos algoritmos dessas redes sociais se basearem nas informações e no comportamento dos usuários dentro das redes, ele acaba sendo ajustado para mostrar conteúdos em que os usuários estariam mais propensos a gostarem e a gastarem tempo visualizando. Conforme foi possível visualizar a partir de uma série de análises expostas no documentário "O dilema das Redes", isso acaba por criar um feed repleto de conteúdos que estariam mais próximos daquilo o que o usuário esperaria ver, criando uma realidade personalizada que é a chamada bolha de informação.
Nessa bolha criada pelos algoritmos, opiniões e convicções pessoais de cada usuário são reforçadas e maximizadas, o que leva a essas pessoas a entenderem suas opiniões e seus pontos de vista como os grandes verdadeiros em relação aos outros. Isso gera inúmeros problemas relacionados a veracidade de conteúdos e ao modo como essas pessoas são expostas a esses conteúdos, tornando a realidade pouco importante em detrimento das percepções que são produzidas a partir dela. Em suma, isso potencializa o surgimento e a disseminação de fake news e teorias da conspiração, por exemplo.
O surgimento de uma nova rede social
A partir dos problemas apontados acima, surge a Dailyfriend, como uma iniciativa brasileira para "tentar construir um pedaço de Internet mais massa", assim como uma célebre personalidade aqui do TabNews bem disse, e ir na contramão do que as atuais redes sociais fazem. A missão do aplicativo é criar um espaço onde todos se sintam confortáveis para compartilhar seus momentos com as pessoas que importam, ao passo que se divirtam e engajem em discussões relevantes para si e para sociedade, sempre com a certeza de que suas informações pessoais não serão utilizadas para fins comerciais.
Nessa primeira versão do aplicativo, lançada em Dezembro ano passado, já contamos com algumas mecânicas interessantes, como:
- Comunidades
- Opções de privacidade e personalização
- Sistema de conquista e emblemas, visando trazer um pouco de gamificação nas interações sociais
- Envio de perguntas, sejam elas anônimas ou não
- Envio de recados
...e muito mais.
Para baixar o aplicativo, que está disponível na Google Play e App Store, basta pesquisar por "Dailyfriend" nas lojas ou acessar nosso site para ser redirecionado automaticamente para a página de download. Além disso, no site você encontrará mais informações sobre a Daily e sobre sua história.
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ps: Se houver interesse posso contar um pouquinho mais sobre a história e o processo de criação do app, bem como as tecnologias utilizadas e os desafios que eu enfrentei. A ideia de criar esse aplicativo vem desde 2015, então há bastante coisa para contar.
Fonte: https://dailyfriend.com.br