Bom, se você só quer ir lá, passar quatro anos e sair com o diploma então qualquer uniesquina vai servir. Obrigatória nunca é, mas não deixa de ser importante. Um exemplo é o CC50, que é um ótimo curso, mas que não ensina nem metade do que você aprende em dois semestres da faculdade. O problema é que as pessoas tem uma ideia errada do que é um curso de graduação.
Com uma formação em Ciências da Computação, Engenharia de Software e afins você irá aprender toda a base e o ferramental necessário para entender e trabalhar com computação. Isso não quer dizer que você irá sair da faculdade pronto para o mercado, mas sim que sairá de lá como alguém que rapidamente conseguirá se moldar ao mercado. O que ocorre é que muitos não se abrem para as experiências que uma graduação pode proporcionar: networking, iniciação científica, diálogos com professores, contato com o ambiente acadêmico e etc. Essas coisas você nunca terá em um ambiente corporativo ou em cursos, pelo menos não no mesmo grau.
O forte de uma universidade dificilmente será o seu ensino, mas sim a cobrança. As melhores universidades do Brasil em geral não têm bons professores em questão de ensino, normalmente você vai aprender mais conversando informalmente com o seu professor do que na aula própriamente dita. Isso é algo que dificilmente você verá na internet, mas realmente faz a diferença. Passar por uma universidade onde você foi constantemente cobrado e levado ao seu limite irá fazer com que você desenvolva uma "casca" e consiga trabalhar em ambientes caóticos (ou pelo menos não estranhe tanta cobrança de uma vez só).
Disciplinas como cálculo, álgebra linear, cálculo numérico e álgebra matricial irão abrir os seus olhos para uma base da programação que está em tudo o que você irá fazer: a matemática. Constantemente precisamos modelar problemas, abstrair dados e transformar eles, com uma boa base matemática isso não será desafio nenhum. A "parte chata" dos cursos de computação é exatamente a parte mais importante e você será cobrado a ir bem nesse tipo de disciplina também, coisa que jamais ocorreria caso você fosse um autodidata.
O que vejo mais gente reclamar é da grade desatualizada, mas sinceramente eu vejo isso como algo positivo. Eu, por exemplo, aprendi Fortran 95 logo no primeiro semestre, de fato é uma linguagem já um pouco antiquada e até ultrapassada, mas o foco de uma disciplina de Algoritmos e Programação nunca foi ensinar Fortran, C, Pascal ou Python, mas ensinar Algoritmos e Programação, a linguagem é um mero detalhe. Aprender essa base irá fazer com que você consiga aprender qualquer outra linguagem rapidamente, que é muito mais importante.
É claro que existem vários contras, nem preciso citá-los, contudo os possíveis ganhos em relação a aprendizado e experiência são muito mais valiosos. É claro que não é da realidade de todos a possibilidade de apenas estudar ou cursar em uma universidade federal, mas se você tem essa oportunidade, não deixe passar. Não sei de quais grandes devs você está falando (na verdade sei), mas tenha certeza que eles não estão nem nos top 10 maiores programadores da história, apenas foram competentes em abrir empresas e gerar a sua riqueza a partir delas, isso diz muito mais da capacidade empreendedora deles do que da capacidade de programar própriamente dita.