o ponto que eu levantei é simples: o Telegram não é uma empresa brasileira, eles não respondem criminalmente às leis daqui, o que eles cometeram foi um descumprimento da licença a qual eles tinham para atuar no Brasil (se é que tinham) e então a licença foi retirada.
O que a justiça exigiu do Telegram é uma exceção dos termos de uso do App e filosofia da empresa. Por ser um crime gravíssimo existe um dilema ético, nenhuma decisão será errada e nem certa, ou cumpre a decisão e coloca em cheque a filosofia da empresa e o compromisso com os usuários ou mantém e não colabora com a investigação.
O ponto é, ninguém acharia um absurdo eles entregarem um grupo de neonazistas, mas e quando não forem neonazistas? Ano passado nós vimos pessoas que postaram documentos oficiais em suas redes tendo os posts excluídos ou com alcance limitado, por ser "fake news", ora, como poderia um documento oficial ser fake news? Na Nicarágua o crime de falar mal do presidente é tão crime quanto ser neonazista no Brasil, até onde a empresa pode ter autonomia? É fácil dar a resposta em um caso como esse, mas já faz muito tempo que o Telegram é pressionado por coisas muito menores.
O Telegram já deixou de ser um simples app de comunicação há muito tempo, hoje serviços inteiros dependem do App e como eu disse, é possível que a comunidade neonazista seja infinitamente maior dentro de jogos com chats privados e não é denunciado nem investigado, o problema não é um simples "o Telegram desafia o TSE" ou coisa do tipo.