Entendendo o que é GIT com jogo de caça ao tesouro
Imagine que você esteja jogando um jogo de caça ao tesouro. Nesse jogo, existem várias ferramentas que você precisa encontrar para completar tarefas como criar cabanas para acampar, construir pontes e represas, e muito mais. O jogo tem 100 fases, e algumas delas só podem ser finalizadas se você usar uma ferramenta que encontrou em uma fase anterior.
Agora imagine que você está jogando há 8 horas e já completou as primeiras 20 fases. No entanto, ao chegar na fase 20, percebe que precisava de uma ferramenta que estava na fase 19. Infelizmente, você não consegue voltar para a fase anterior. O único jeito de prosseguir é reiniciar o jogo desde a fase 1, passar novamente por todas as fases até chegar na 19, pegar a ferramenta e continuar.
Isso deixa o jogo frustrante, não é?
Agora imagine que o jogo receba uma atualização. Ele ainda tem as mesmas 100 fases, mas agora você tem vidas ilimitadas e, sempre que morrer, pode continuar exatamente de onde parou. Além disso, com apenas um botão, você pode voltar a qualquer fase já concluída. Isso permite pegar algo que esqueceu, comparar o que fez com outras fases ou até mesmo reiniciar de uma fase específica.
Essa atualização deixa o jogo muito mais divertido e eficiente.
Essa é a ideia por trás do GIT. Ele é como uma "linha do tempo" para o projeto em que você está trabalhando. Seja qual for o tipo de arquivo, você sempre pode voltar a uma versão anterior, ver o que foi modificado, desfazer mudanças ou comparar versões. É como ter um botão de controle total sobre o progresso.
Como surgiu o GIT?
Antes do GIT, muitos programadores enfrentavam o mesmo problema de "jogar o jogo antes da atualização". Para resolver isso, eles criaram sistemas próprios chamados sistemas locais de controle de versão. Esses sistemas usavam bancos de dados simples para rastrear alterações nos arquivos. O mais popular era o RCS (Revision Control System).
No entanto, assim como no jogo antigo, esses sistemas tinham limitações. Por exemplo:
- Eles só permitiam que uma pessoa trabalhasse no projeto por vez.
- Se alguém apagasse os arquivos, você perdia tudo.
- Não era prático colaborar com outros desenvolvedores em projetos grandes.
A evolução para sistemas centralizados
Agora imagine que o jogo receba mais uma atualização. Dessa vez, você pode jogar em grupo com seus amigos. Cada jogador pode explorar diferentes fases ao mesmo tempo, e se uma ferramenta for esquecida em uma fase anterior, apenas um jogador precisa voltar para buscá-la. Além disso, tarefas como construir pontes ou escadas podem ser divididas: cada jogador faz uma parte e depois juntam tudo.
Essa é a ideia dos sistemas centralizados de controle de versão, como CVS, Subversion e Perforce.
Esses sistemas possuem um único servidor que contém todos os arquivos e o histórico de versões. Os desenvolvedores podem colaborar entre si, acessar os arquivos no servidor e compartilhar suas alterações.
No entanto, esses sistemas têm uma grande desvantagem: se o servidor cair, todos os desenvolvedores ficam sem acesso ao projeto.
A chegada dos sistemas distribuídos
A solução veio com mais uma evolução no nosso jogo imaginário. Agora, além de poder jogar em grupo, cada jogador tem uma cópia completa de todas as fases do jogo. Isso significa que, mesmo que o servidor principal fique indisponível, os jogadores podem continuar jogando e depois sincronizar o progresso quando o servidor voltar.
Essa é a ideia por trás dos sistemas distribuídos de controle de versão, como o GIT, Mercurial, Bazaar e Darcs. Com o GIT, cada desenvolvedor tem uma cópia completa do projeto em seu computador, incluindo todo o histórico de versões. Isso torna o processo muito mais seguro, colaborativo e eficiente.
Conclusão
O GIT revolucionou a forma como os desenvolvedores trabalham em equipe. Ele permite que você tenha total controle sobre o progresso do seu projeto, volte a versões anteriores, colabore com outras pessoas de forma eficiente e nunca perca o histórico. É como jogar um jogo com todas as ferramentas e recursos necessários para explorar, criar e conquistar sem limitações.