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Eu vou fazer uma analogia do open source com filosofia. Na antiguidade, algumas sociedades começaram a ter mais recursos e com isso, mais conforto, devido à agricultura, criação de cidades e comércio com outros povos. Algumas pessoas dessas sociedades não precisavam mais dedicar 100% de suas vidas para conseguir alimento, ter teto, criar filhos e suprir suas necessidades básicas. Logo, com esse tempo livre, as pessoas podiam descansar, se divertir e também se reunir e discutir assuntos mais abstratos como religião, sociedade, vida e assim surgiu a filosofia.

A filosofia por si só não gera alimento, casas para morar ou vence guerras, apesa dela ser um pilar central da humanidade e indispensável para o surgimento de todas as ciências, da matemática à psicologia, e organizações humanas, inclusive livre mercado, socialismo, comunismo, anarquismo.

O open source por si provavelmente não vai trazer dinheiro para o pessoal que criou o código, pela própria natureza do open source, apesar de praticamente tudo que conhecemos em tecnologia estar apoiado em código open source ou que teve origem no open source. Já é difícil criar um código que é útil para milhões de pessoas, mas mesmo assim são poucos os que se sustentam com doações de usuários do código open source. Ads e assinaturas também são difíceis, pois não são o escopo de um código, seriam mais criar um SAAS que usuários finais usariam. Isso existe e até já usei um SAAS nesse estilo, mas aí você está falando de criar uma empresa, com funcionários, contas a pagar que faz algo e cobra do usuários, o que torna a parte do open source sem sentido, por quê alguém vai contribuir para um repositório de uma empresa que usa o código para ganhar dinheiro?

Quem cria código open source é um filósofo da era moderna. A pessoa não precisa trabalhar por ser herdeira de uma família rica ou tem um sustento que provê tudo que ela precisa, inclusive bastante tempo livre para pensar e executar projetos paralelos. Não deveria ser o objetivo de quem não tem reservas para ficar meses ou anos criando algo que não tem retorno imediato e tem um retorno futuro extremamente incerto.

Geralmente quem trabalha com empregabilidade geralmente ensina quem gostaria de aprender para que eles possam trabalhar com programação e melhorar suas vidas. É uma questão bem difícil, pois ensinar não é fácil e requer tempo, recursos e tem toda uma metodologia, não é só escrever código na frente de uma pessoa que se aprende a pensar logicamente.

Eu acredito que o caminho seja usar as ferramentas de ensino gratuitas já existentes, para que a pessoa tenha o "caminho das pedras" e lutar para que ferramentas existentes em inglês sejam traduzidas para o português e possam ser usados por mais brasileiros. Tem vários exemplos, como KhanAcademy, o Grasshopper do Google, CS50 de Harvard, além do Coursera, Edx. Atualmente sou voluntário de um projeto chamado Code in Place criado pela Universidade de Stanford e que ensinar gratuitamente quem quiser aprender programação usando Python. A pessoa assiste vídeos aula dos professores, faz exercícios no site e faz um exercício em grupo com outros alunos e voluntários que tiram dúvidas e dão direções do que fazer e como pensar no problema.

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