Trabalhei os 10 primeiros anos em empresas privadas e me identifico muito com o seu relato, a maioria das empresas tem uma cultura interna que funciona como uma maquina de triturar, ela vai moendo vc aos poucos, pra galgar cargos de alto escalão vc tem que ser meio sociopata ou ter uma resistencia sobrehumana pra aguentar longas horas de trabalho e "pro-atividade" pra resolver problemas e cumprir prazos surreais.
Fora que tudo é moldado pra vc dar a vida pela empresa, recusar horas extras é motivo pra te olharem torno, em certos casos ser escanteado e não ter qualquer possibilidade de crescimento real na empresa.
Sempre fui um programador bom, certa vez consegui aumentar meu salario em 80% porque eu era a peça chave do projeto e recebi proposta de outra empresa, entretanto a grande responsabilidade que eu carregava me levou a ter problema de gastrite.
Um tempo depois, na mesma empresa tivemos que entregar um projeto que foi estimativo em 3 meses, em 1 mês, eramos em 6 pessoas, trabalhando de domingo a domingo.
Depois disso, começei a fazer as contas, colocar tudo na balança, e percebi que eu não iria me aposentar bem apesar de ter um salario relativamente bom, vendo exemplos a minha volta, eu provavelmente seria descartado pelo mercado aos 40, me tornando somente um velho inutil doente...
A solução que encontrei: Funcionalismo publico.
Muita gente vai criticar, mas não tenho duvida de que fiz a escolha certa, já estou a 8 anos no serviço publico, hoje tenho uma separação clara entre trabalho e vida pessoal, não me importo mais em estar na crista da onda da tecnologia, saber utilizar todos os frameworks e linguagens do momento, há coisas na vida MUITO mais importantes do que isso, faço 8 horas e bato o ponto, não existe a minima possibilidade de ser diferente disso. Recuperei minha saude e minha paz de espirito, consigo tempo livre pra construir hobbies, valorizar minha familia, etc.