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dreisss
10 min de leitura ·

Comandos Básicos para utilização do Git no Terminal

Com o passar dos anos, sempre desenvolvi alguns textos e sempre tive vontade de postá-los em um blog, mas nunca levei essa ideia adiante. No entanto, com o TabNews, estou conseguindo publicar esses conteúdos que criei, e este é mais um deles.

Este conteúdo foi desenvolvido pensando em um grupo de estudos que eu organizava na minha faculdade. O texto foi escrito há algum tempo e pode conter alguns erros, mas o conteúdo é de grande utilidade.

Espero que seja útil para vocês e deixem qualquer feedback que acharem necessário. Obrigado por ler :)

Git Basics

Conceitos básicos para utilização do git/github.

O git é um versionador de arquivos, ou seja, ele funciona conservando um
histórico de modificações (ou versões) dos arquivos especificados. Além disso,
acrescenta uma funcionalidade de criar ramificações no código, ou branches, o
que facilita a divisão de trabalhos em uma equipe de programação e a garantia de
funcionamento do código principal.

O histórico do git funciona, inicialmente, de acordo com uma lista de commits,
que guardam as modificações de determinada versão, e todas as informações sobre
ela. Um commit pode ser definido como um ponto na história do repositório.

Instalação:

No ambiente Ubuntu, com o gerenciador de pacotes apt, basta rodar o comando:

~$ sudo apt install git -y

Assim os comandos git já estarão disponíveis para utilização.

Comandos Básicos:

  • init:

    Inicializa um repositório git na pasta atual. Utilização:

    ~/repos/repositório$ git init
    

    Para executar todos os outros comandos você deve estar dentro de um repositório
    git. Portanto, certifique-se que está em um repositório.

  • status:

    Mostra o status dos arquivos do repositório atual. Mostra os arquivos nos
    estados untracked e tracked.

    Obs:

    Em um repositório git, cada arquivo pode estar em três estados possíveis, são
    eles:

    • untracked (não rastreado):

      O estado padrão dos arquivos, quando ele é novo ou tem alterações em relação
      ao commit anterior (versão anterior). Ou seja, sempre que você criar ou
      modificar arquivos ele ficará no estado untracked.

    • tracked (rastreado) / staged ('no palco', 'em foco'):

      Após rodarmos o comando git add (veja mais à frente) para um arquivo,
      ele entrará nesse estado. Esse estado indica que o arquivo está pronto para
      ser guardado no histórico do repositório. Ele é um estado intermediário para
      os arquivos.

    • committed (comprometido):

      Após rodarmos o comando git commit (veja mais à frente) para os arquivos
      rastreados no momento ele passará para o estado 'commitado'. Esse estado
      indica que o arquivo já está salvo no histórico do repositório e suas
      modificações não serão perdidas.

    O significado de cada estado ficará mais claro adiante.

  • log:

    Mostra o histórico de versões (commits) do repositório atual e suas informações:
    id do commit, autor e data. Utilização:

    ~/repos/repositório$ git log
    
  • add:

    Muda os arquivos não rastreados indicados para o estado staged, permitindo serem
    commitados mais à frente. Utilização:

    Suponha que modificamos o arquivo 'README.md' e queremos colocar ele em staged:

    ~/repos/repositório$ git add README.md
    

    Obs: quando queremos adicionar todos os arquivos do diretório atual podemos
    rodar: git add ., se você está na raiz do repositório todas as alterações
    serão adicionadas (semelhante ao comando git add -A/ git add --all)

  • commit:

    Grava no histórico os arquivos em estado staged. Atenção: ele ignora os arquivos
    fora do estado staged, então tenham certeza que os arquivos desejados estão
    nesse estado (utilize o git status).

    Para gravarmos um commit devemos dar uma mensagem de commit para o comando,
    da seguinte forma:

    ~/repos/repositório$ git commit -m 'mensagem de commit' # '-m' vem de 'message'
    

    Obs: como esse comando utiliza a entrada padrão não faz-se necessário o uso
    das aspas, mas as utilizamos para melhor organização.

Exemplo simples:

Digamos que queremos criar um repositório git chamado 'repo' e colocar o arquivo
README.md com o conteúdo abaixo:

# Comandos básicos de git

Seguindo os passos:

~/repos$ mkdir repo # cria a pasta 'repo'
~/repos$ cd repo # entra na pasta
~/repos/repo$ git init # inicia o repositório git
~/repos/repo$ touch README.md # cria o arquivo 'README.md'
~/repos/repo$ echo '# Comandos básico de git' >> README.md
# adiciona o texto indicado ao final do arquivo (pesquise sobre o comando echo)
~/repos/repo$ git status # verificando o estado dos arquivos
~/repos/repo$ git add README.md # muda o arquivo para staged
~/repos/repo$ git commit -m 'adicionando o arquivo README'
# cria o ponto na história do repositório com o novo arquivo
~/repos/repo$ git status # confirmando o estado dos arquivos
~/repos/repo$ git log # verificando o histórico do repositório

Manipulação de branches:

Como já discutido anteriormente, em um repositório git existe a possibilidade da
criação de ramificações ou 'galhos' (branches). Com a utilização de branches
podemos desenvolver diferentes features (funcionalidades) paralelamente e ao
final somente adicionarmos essas modificações na branch main (veja o comando
merge), a branch principal.

Para a manipulação das branches temos os seguintes comandos:

  • branch:

    Na verdade, um comando de múltipla utilidade, podendo:

    • criar branches

      Suponha que queremos criar uma branch 'branch-de-teste', então rodamos:

      ~/repos/repo$ git branch branch-de-teste
      
    • deletar branches

      Agora vamos deletar a branch anterior:

      ~/repos/repo$ git branch branch-de-teste -d # o '-d' indica '--delete' (deletar)
      
    • renomear a branch atual

      Suponha que estamos na branch 'branch1' e queremos renomear para 'branch2':

      ~/repos/repo$ git branch -m branch2 # o '-m' indica '--move' (mover)
      

      Esse comando funciona semelhante ao comando mv de um terminal bashLike

  • checkout:

    Esse também é um comando com várias funções:

    • trocar entre branches

      Suponha que estamos na branch 'main' e queremos mudar para a branch 'backup':

      ~/repos/repo$ git checkout -b backup
      

      Obs: caso a branch não exista o comando se encarrega de criar a branch e
      trocar para ela imediatamente.

    • verificar commits passados

      Quando queremos rever uma versão anterior do nosso repositório podemos copiar
      o hash do commit e dar o checkout nele. Primeiramente pegamos o id/hash do
      commit desejado usando o comando git log.

      Suponhamos que o hash do commit é '123456' (pode ser tanto o hash de 6 dígitos
      quanto o completo), queremos ir para essa versão:

      ~/repos/repo$ git checkout 123456
      

      Obs: nesse comando não devemos fazer alterações no commit, apenas vê-las,
      caso precise modificar um commit devemos usar o comando rebase.

  • merge:

    É o comando utilizado para mesclar duas, ou mais, branches. Imagine que um
    desenvolvedor estava criando uma nova funcionalidade na branch 'feat/funcionalidade'
    e deseja coloca-lá na branch principal. Assim, rodamos na branch main:

    ~/repo$ git merge feat/funcionalidade
    

    Não é vital mas recomenda-se a criação de mensagens ao mesclar branches. Isso
    pode ser feito de forma semelhante quando fazemos um commit.

    ~/repo$ git merge feat/funcionalidade -m 'adicionando funcionalidade'
    

    Obs1: após a mesclagem das branches podemos deletá-las sem perda alguma.

    Obs2: existem casos em que existe conflito ao mergear branches. Quando
    isso acontece, o git tenta concertar automaticamente, porém, algumas vezes
    devemos fazer essas correções manualmente.

    Obs3: quando não indicamos o tipo de merge o git se encarrega de simplificar
    esse merge, existem 2 tipos de merge (fast-forward e 3way). O primeiro
    se encarrega de mesclar em um único branch, sem conservar a estrutura de árvore,
    e é a definida por padrão. Já a conserva a estrutura de árvore (por isso
    three way). Para forcar o método 3way podemos rodar: git merge --no-ff.

Sincronização com o Servidor Remoto:

O funcionamento de um repositório git não depende fortemente de um servidor remoto
como o Github, BitBucket ou GitLab, porém, em certas ocasiões é de grande
utilidade um servidor remoto. Aqui utilizaremos o Github como padrão mas as rotinas
serão semelhantes em qualquer outro serviço de hosting de git.

Para a manutenção do repositório remoto do git fazemos uso de 5 principais comandos,
são eles:

  • remote:

    É utilizado para conectar ou desconectar um repositório local já existente ao
    seu respectivo repositório remoto. Suponha que queremos conectar o repositório
    local 'repo' ao repositório 'repo' no Github do usuário 'user'.

    Rodamos os seguintes passos:

    ~/repo$ git remote add origin https://github.com/user/repo.git
    

    A partir daí o termo 'origin' será uma referencia para o repositório remoto.

    E caso quisermos remover essa conexão rodamos:

    ~/repo$ git remote remove origin # o origin referencia o repositório remoto
    
  • clone:

    É comum já termos um repositório criado no github e precisamos clona-lo localmente,
    e é para isso que esse comando serve. Suponha que temos o repositório 'repo' do
    usuário 'user' no github, clonamos ele da seguinte maneira:

    ~$ git clone https://github.com/user/repo.git
    

    Assim, é criada a pasta 'repo' no diretório atual e podemos entrar nela para
    utilizar os comandos do git.

  • push:

    Quando temos commits locais e precisamos passa-los para o remote repo podemos
    fazê-lo usando o comando push. Do inglês 'empurrar', esse comando empurra,
    manda ou envia o histórico local para o remoto, sincronizando ambos.

    Podemos rodar como indicado abaixo:

    ~/repo$ git push
    

    Obs1: pode ocorrer de haver uma incompatibilidade entre os históricos local
    e remoto, o que pode ocorre por vários motivos, sendo o mais comum, a diferença
    de um commit local com um commit remoto.

    Obs2: o parâmetro '-f' pode forçar o push para o remoto, resolvendo o problema
    indicado acima. Entretanto, não é uma prática saudável a utilização desse parâmetro,
    evite.

  • pull:

    As vezes, também é necessário atualizar o repositório local com o conteúdo do
    remoto. Isso pode ser feito 'puxando' o conteúdo do servidor remoto. Do inglês,
    puxar, o comando pull faz exatamente o que diz, ele pega o conteúdo remoto
    e baixa localmente.

    Rodamos ele assim:

    ~/repo$ git pull
    

    Obs: assim como o comando push, ele aceita o parâmetro '-f' para forçar
    a sobreposição, porém não é uma prática saudável.

  • fetch:

    E por fim, o comando fetch sincroniza ambos os repositórios, o local e o remoto.
    Ele dá pull e push deixando assim os repositórios sincronizados. Utilização:

    ~/repo$ git fetch
    

Quando temos um fork (uma ramificação) de um repositório e queremos mergear a
branch main desse no original precisamos criar um pull request. O pull request
é um pedido para mesclagem das branches que deve ser aprovado pelo responsável
do repositório original. A criação desses pull requests pode ser feita diretamente
do serviço de git remoto, nesse caso, o Github.

Comandos Mais Avançados:

  • add --patch

    É importante sempre manter nossos commits o mais limpos possível, seja nas suas
    mensagens e até mesmo no agrupamento das modificações. Certas vezes modificamos
    arquivos mas seus commits devem ser diferentes. O parâmetro patch nos ajuda
    a adicionar somente determinadas partes desse arquivo.

    Imagine que modificamos um arquivo 'index.html', adicionando um header e um
    footer, cada um com seu conteúdo. Porém, como queremos manter nosso histórico
    de commits limpo devemos separar em dois commits. Podemos fazê-lo assim:

    # escolhemos o 'patch'(ou remendo) desejado, o header, digamos e commitamos
    ~/repo$ git add --patch index.html
    ~/repo$ git commit -m 'feat: adicionado o header e seu conteúdo'
    # novamente, escolhemos o patch desejado e commitamos
    ~/repo$ git add --patch index.html
    ~/repo$ git commit -m 'feat: adicionado o footer e seu conteúdo'
    

    Assim, nosso histórico permanece mais limpo e de fácil entendimento.

  • commit --amend

    Como dito antes, é importante manter nosso histórico de commits limpo! E o
    parâmetro amend nos ajuda nisso. Ele permite alterar o commit anterior, seja
    adicionando modificações esquecidas ou mesmo mudar a mensagem de commit.

    Suponha que esquecemos de commitar a modificação do arquivo 'index.py' e também
    existem um erro na mensagem de commit.

    A mensagem anterior está como: 'feat: adicionado conteudo ao arquivo'
    e desejamos mudar para: 'feat: adicionado conteúdo do arquivo index.py'

    Podemos modificar assim:

    ~/repo$ git add index.py
    ~/repo$ git commit -m 'feat: adicionado conteúdo do arquivo index.py' --amend
    
  • reset

    As vezes é necessário retroceder alguns commits ou mesmo tirar um arquivo do
    stage. Podemos fazer essas operações com o comando git reset.

    Queremos tirar o arquivo 'pasta/arquivo.txt' do estado staged que foi adicionado
    por engano. Para isso rodamos:

    ~/repo$ git reset HEAD -- pasta/arquivo.txt
    

    Obs1: esse comando recebe por padrão o commit para onde queremos resetar, e
    o 'HEAD' (cabeça) representa o ultimo commit. E em seguida recebe o arquivo
    desejado.

    Podemos ainda voltar 3 commits atrás, por quais razões. Para isso rodamos:

    ~/repo$ git reset HEAD~3
    

    Obs2: existem ainda dois parâmetros úteis, são eles: --soft e --hard.
    O soft, é o padrão, reseta para o commit indicado mas conservando as modificações
    criadas no caminho. Já o hard remove todas as alterações feitas.

  • rebase

    Para a manipulação mais refinada dos commits anteriores podemos utilizar o
    comando git rebase. Com ele podemos editar os commits mais anteriores ainda,
    seria como um commit --amend mais refinado.

    Existem diversas opções ao utilizar esse comando, alguns exemplos são:

    • edit: edição simples do commit
    • reword: mudança da mensagem de commit
    • squash: une diversos commits em um só

    Como existem muitos comandos para o rebase podemos roda-lo assim:

    ~/repo$ git rebase -i # '-i' ou '--interactive', de interativo
    

    Teremos a manipulação interativa do rebase.

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