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Mergulhando nos Fundamentos: A Influência Silenciosa do C

Introdução: A Pervasividade Silenciosa do C

Considere os dispositivos presentes ao nosso redor, como o controle remoto da TV, o sistema de injeção eletrônica dos veículos e os aparelhos domésticos. Até mesmo as interfaces conectadas aos computadores, como monitores, mouses e teclados. É provável que qualquer dispositivo que possua tela, leds, conectividade ou botões tenha sido desenvolvido utilizando a linguagem C. O Arduino é apenas um exemplo popular no cenário dos entusiastas e educadores que revela uma pequena parte do amplo universo de sistemas embarcados em que a linguagem C é indiscutivelmente protagonista.

No entanto, o C não é apenas dominante no mundo embarcado. O Linux, que alimenta a maioria dos servidores e o Android, assim como o BSD - base do i/MacOS e parte do Windows - são escritos em C. Sistemas operacionais embarcados cruciais para operações críticas como veículos aeroespaciais, automóveis e equipamentos industriais, além de dispositivos IoT também são desenvolvidos em C. Independentemente da linguagem ou ambiente utilizado, dentro destes sistemas, em alguns momentos vai se interagir com uma função que nada mais é do que um wrapper para uma chamada em C.

O Legado da Linguagem C

Após a introdução à onipresença da linguagem C, surge uma pergunta fundamental: Por que C? O que faz dessa linguagem algo tão especial, tão fundamental, que permeia quase todas as facetas da computação moderna?

A questão nos leva de volta às raízes da computação moderna. Especificamente, o laboratório Bell na década de 1970. Foi aqui que a dupla Dennis Ritchie e Ken Thompson criaram o UNIX, um sistema operacional que mudaria para sempre a computação.

No entanto, eles precisaram também desenvolver uma linguagem de programação que pudesse ser usada em diferentes plataformas e arquiteturas, sem sacrificar a capacidade de se comunicar diretamente com o hardware. Assim nasceu o C, uma linguagem simples, projetada para permitir o controle do hardware subjacente e fornecer um alto nível de portabilidade.

A Ponte Entre a Máquina e o Homem

Quando pensamos em linguagens de programação, muitas vezes categorizamo-las por nível: linguagens de baixo nível, como Assembly, que estão próximas do hardware e oferecem uma abordagem literal para instruções de máquina. Por outro lado, linguagens de alto nível, como Python ou JavaScript, oferecem abstrações mais elevadas, distanciando o programador do hardware.

C, no entanto, ocupa um espaço único entre essas categorias. A linguagem foi projetada com uma filosofia única: proporcionar aos programadores a capacidade de escrever código como se estivessem trabalhando em Assembly, mas ao mesmo tempo oferecer uma camada de abstração que torna o código compreensível para humanos. Esse equilíbrio é o que torna C tão poderoso.

Conhecendo o computador: A Jornada do Aprendizado

Se até agora você não estava convencido do impacto e relevância da linguagem C, certamente esse panorama revelou sua importância. É a língua franca da computação, o meio através do qual as camadas superiores se comunicam com o hardware subjacente. Aprender C não é simplesmente adquirir competência em mais uma linguagem de programação. É uma iniciação a compreensão mais detalhado do funcionamento dos computadores.

Ao começar a aprender C, rapidamente perceberá sua proximidade com a máquina. Isso significa que, enquanto estiver se familiarizando com a sintaxe e estrutura da linguagem, estará também se aprofundando em conceitos fundamentais de organização de computadores e sistemas operacionais. C oferece uma visão clara de como o software interage com o hardware.

Uma das maiores ironias de C é que, apesar de simples é notoriamente desafiador. A linguagem dá ao programador as ferramentas básicas e diz, em essência: "Aqui está o que você precisa para conversar com o hardware. O resto é com você." Isso é intimidador, mas também é libertador. C coloca todo o poder nas mãos do programador.

É nessa jornada que a relação entre C e Assembly se torna evidente. Assembly é muitas vezes referido como uma linguagem de baixo nível, pois suas instruções são quase diretas para o hardware. Quando programamos em C, estamos efetivamente escrevendo um "Assembly portável". Esse entendimento proporciona uma valiosa perspectiva sobre como as operações em nível de software se traduzem em ações no hardware. Portanto, aprender C é o primeiro passo crucial para entender verdadeiramente como os computadores funcionam.

A natureza "crua" do C também é sua maior força educacional. Ao mergulhar nas trincheiras do desenvolvimento em C, os programadores precisam lidar com operações básicas desde de gericiamento de memória até a manipulação de dispositivos de entradas e saídas. Esse conhecimento é inestimável, não apenas para escrever software mais eficiente, mas também para entender a essência da computação.

Guiando-se pelos Mestres: Os Livros Essenciais

Assim como em qualquer jornada de aprendizado, é fundamental ter os melhores recursos à disposição. No caso de C, os melhores materiais de estudo vêm diretamente dos autores da linguagem e dos pioneiros da computação. O livro "The C Programming Language", comumente conhecido como K&R, é a bíblia do C, escrito por seus próprios criadores. Muitos podem ser tentados por cursos em vídeo modernos, mas a verdade é que este livro, escrito muito antes de muitos de nós nascermos, é a melhor maneira de aprender a linguagem.

C é uma linguagem simples. Em sua essência, é quase trivial. C não oferece muitas das abstrações encontradas em linguagens modernas. Portanto, quando se trata de construir algo complexo em C, a tarefa pode ser desafiadora. Aqui entra o "Advanced Programming in the UNIX Environment". Mais do que apenas um livro; é uma janela para o mundo da programação em C no "mundo real". Ele desvenda os mistérios por trás de como ferramentas como o NGINX ou o PostgreSQL funcionam.

Ao dominar os conceitos apresentados neste livro, você não apenas será capaz de entender essas ferramentas, mas também de modificar, otimizar e até mesmo criar soluções semelhantes.

Em meio a tantos livros antigos, pode parecer que a linguagem C tenha estagnado no tempo. Porém, "C for the 21st Century" é uma ponte que conecta as abordagens clássicas com as modernas técnicas e ferramentas de desenvolvimento. Novas bibliotecas, otimizações e padrões surgiram. Este livro abraça a evolução da linguagem, apresentando as melhores práticas atuais, ferramentas modernas e um olhar renovado sobre a programação em C no cenário contemporâneo.

Conclusão: A Jornada que se Inicia com C

O C não é apenas uma linguagem de programação; é um legado, uma porta de entrada para o núcleo da computação. O papel do C como mediador entre o homem e a máquina é incomparável. Dominar essa linguagem é uma conquista essencial para qualquer programador de computadores. Se você está em busca de uma verdadeira compreensão dos fundamentos, a jornada começa aqui, com C.

Estes três livros, combinados com a infinita fonte de informação que é a Internet, compõem um arsenal robusto para qualquer aspirante a mestre em C. Não se deixe enganar pela sedução de promessas de aprendizado rápido. A verdadeira maestria em C não é conquistada por atalhos, mas sim por uma imersão profunda e deliberada. Antes de se precipitar em direção a um novo curso online, faça um favor a si mesmo: invista tempo nesses clássicos atemporais.

Sua Jornada com a Linguagem C

Veterano do C: Programo em C há anos
Calouro do C: Estudando e praticando C
Curioso, mas não Iniciado: Vontade de aprender
C? To fora: Prefiro trabalhar em níveis mais altos
Desconhecido: Não sei quase nada sobre C
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Meu amigo, essa publicação fez eu ter vontade de estudar C. É notório como a linguagem ocupa uma posição de destaque. Sempre tive a impressão da linguagem ser algo muito sofisticado, e, em teoria, algo meio "inalcancável" para alguém que está acostumado a trabalhar com linguagens de alto nível como JavaScript.

Mas, como nunca estou satisfeito com meu nível de conhecimento atual, vejo que seria de grande valor dar pelo menos uma atenção à essa linguagem. O seu texto foi definitivamente o prefácio dos meus estudos.

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Estou estudando conceitos relacionados à programação desde que a pandemia se inciou. No início, pulei a parte dos fundamentos, estruturas de dados, e assim por diante.

Comecei tentando aprender a famosa trindade: HTML, CSS e JS. No entanto, logo percebi que o front-end não era para mim.

Sempre me interessei mais pelas linhas de código sendo executadas em terminais, como nos filmes de ficção científica. Então, o que fiz depois disso? Bem...

Opção A: Escolhi uma linguagem como o C, considerada de baixo nível, mas que oferece bastante liberdade e a sensação de que você está realmente mexendo no motor do seu carro (computador).

Opção B: Escolhi o Python por ser uma linguagem atrativa para iniciantes, mas não recomendada para quem realmente deseja aprofundar-se no assunto.

Como não tinha condições financeiras para investir em um curso, segui a trilha do Gustavo Guanabarra, do canal Curso em Vídeo.

Mesmo após ter concluído todos os 3 módulos e sabendo que era um curso introdutório, senti que não tinha realmente aprendido sobre computação. O que eu tinha aprendido era apenas seguir tutoriais em um ambiente controlado e a sintaxe do Python.

Hoje depois de algumas recaidas estou aprofundando meus conhecimentos, não apenas em Python, mas em toda a base que decidi pular no início dos meus estudos. Recentemente, comecei o curso introdutório de Ciências da Computação da Harvard, o famoso CS50, e fiquei fascinado com a forma como o instrutor ensina.

Ele começa imediatamente com C, explicando o funcionamento da memória e arrays. Há vários tópicos que você não encontra em qualquer curso por aí, que têm apenas a intenção de tirar o seu dinheiro.

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