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O impacto do avanço das inteligências artificiais no conhecimento básico, e como a programação pode ensinar a pensar.

É o meu primeiro post aqui, então vou contar um pouco sobre como conheci e me inseri na área de tecnologia e programação…

A história com a tecnologia e hardware começa um pouco mais cedo, aos 12 ou 13 anos de idade, quando fui apresentado ao meu primeiro computador. Além de fuçar no maravilhoso Windows Vista que veio com a ‘Grande Máquina’ que ganhei de presente do meu padrinho. Quando me cansava de jogar no CLICK JOGOS, eu fuçava no sistema e assistia MUITOS tutoriais de hardware, que foram fomentando meu interesse por computação. Depois de um tempo fuçando nele, tomei coragem para montá-lo e desmontá-lo, e assim seguiu…

O interesse por programação surgiu um pouco depois, quando fui apresentado ao conceito de eletrônica na matéria de física no ensino médio. Depois disso, comecei a procurar sobre o assunto no YouTube, concentrando-me em robótica e automação, tentando entender como aquele monte de cabos, componentes e linhas de códigos podiam fazer tanta coisa.
Foi nesse momento que meus olhos se abriram para a área de programação, onde comecei a querer aprender não só a ser um telespectador, mas também um criador dessas engenhocas…

Após concluir o ensino médio, busquei capacitação superior, que me levou a cursar Análise e Desenvolvimento de Sistemas do ISEPE, que me apresentou os conceitos mais a fundo de programação, sua lógica, seus paradigmas e suas divisões, como Back-End, Front-End, Mobile, POO, o que respondeu a dúvida inicial que me trouxe até aqui, que era entender como aquele monte de linhas de código se transforma em programas e sistemas.

Mas isso não significa que eu fui o melhor aluno da turma, porém sempre foquei em aprender a base das matérias aqui ensinadas, para assim poder me concentrar nas matérias que mais me identifiquei, que no caso foram back-End e Mobile, que são inclusive matérias que ensino para meus alunos do Ensino público, e justamente por ter essa base dos conceitos de programação, a minha ‘Especialização’ nesses assuntos foi mais fácil.

Porém a graduação não foi um mar de rosas, tiveram muitas noites perdidas estudando, muitos dias vindo direto do trabalho, muitos dias vindo debaixo de chuva, porém toda vez que eu estava em uma situação dessas, eu sabia que o esforço seria recompensado. Tem uma frase do Steve Jobs que diz: ‘A tecnologia avançada não é de forma alguma mágica, é apenas uma série de pequenos avanços organizados.’ E eu penso no estudo da mesma forma, as pessoas que têm um maior conhecimento, não só os da área de tecnologia, mas de qualquer área, não são magos ou alquimistas que detêm o conhecimento proibido, 89ou qualquer uma dessas coisas que se relacione com fantasia, são apenas pessoas que dedicaram tempo de suas vidas para aprender determinado assunto que são considerados ‘mestres’, elas tiveram esses pequenos avanços organizados para se capacitar.

E tendo em vista esse raciocínio, quando estava pensando no tema para essa palestra, lembrei-me de uma das primeiras frases ditas quando entrei na faculdade:

“Todos deveriam aprender a programar um computador, pois isso os ensina a pensar”, também de Steve Jobs, que se faz muito alto, principalmente no mundo completamente digitalizado em que vivemos hoje, onde estamos tendo que reensinar os jovens e até mesmo alguns adultos a pensar, pois a ascensão da tecnologia está se mostrando uma faca de dois gumes para aqueles que não estão sabendo separar as ferramentas facilitadoras do conhecimento geral. Estamos na Era da tecnologia, na era do conhecimento digital, era da Inteligência Artificial, a famosa IA, que está representando uma imensa mudança em como interagimos com o mundo ao nosso redor.

Essas tecnologias são ferramentas de grande auxílio no dia a dia, que nos trazem grande auxílio e muitos benefícios, e são essenciais para o desenvolvimento do futuro, porém são apenas ferramentas.

Mas hoje em dia, principalmente a juventude tem visto as IAs como algo maior do que apenas ferramentas, elas vêm vendo essa tecnologia como um substituto do conhecimento básico, a facilidade de acesso à informação instantânea fornecida pela IA, além da dependência de dispositivos inteligentes, e acomodação com a facilidade, o que está trazendo uma defasagem de raciocínio lógico, além de estar diminuindo o domínio de habilidades fundamentais.

Mas quais as preocupações que essa acomodação com a IA nos traz?

Uma das principais preocupações geradas pela acomodação com a facilidade trazida pela IA é a possível deterioração do conhecimento básico entre os jovens: Explicação: Bom, graças à proliferação dos assistentes virtuais, motores de busca, IAs Generativas e aplicativos de aprendizado rápido, está se criando a tendência de confiar excessivamente nas soluções prontas, em detrimento ao pensamento crítico e resolução de problemas por conta própria.

Essa dependência vem trazendo uma falta de compreensão real e profunda sobre os conceitos fundamentais nas mais diversas áreas como ciências, matemática e ciências humanas, ou seja, os alunos não estão mais querendo estudar, pois por conseguirem as respostas imediatas de forma online, eles buscam estudar o mínimo possível, pois estão cada vez mais com ‘preguiça de estudar’. E isso não se limita a conhecimentos de escola, mas muitos, por já receberem textos, tabelas e arquivos prontos, não sabem nem como utilizar conceitos de informática básica, como editores de texto, e principalmente, por estarem acostumados com celulares, tablets e dispositivos inteligentes, muitos não sabem como funcionam as estruturas de pastas de um computador, não sabendo mais como gerenciar um sistema operacional, mesmo aqueles que dizem ter um maior conhecimento em informática.

Mais uma das desvantagens de ter essa super comunicação com a tecnologia é a dependência de conexão e informação instantânea e sem precedentes em celulares, dispositivos inteligentes, ou assistentes virtuais que, por mais que inicialmente, pareça uma grande vantagem, o que em contrapartida, atrasa e diminui o desenvolvimento de habilidades de raciocínio crítico e busca por conhecimento autônomo.

Ou seja, ao invés de procurarem ter uma análise profunda e reflexiva sobre o assunto ao serem estudados, estão consumindo informações de forma completamente superficial e fragmentada, que traz como principal consequência a aprendizagem rasa, sem profundidade alguma, e por sua vez, essa falta de embasamento resulta na incapacidade de formulação de opiniões próprias, e o impedimento de uma construção sólida de base.

Muitas das habilidades manuais e cognitivas também estão sendo substituídas por soluções tecnológicas, o que está resultando em: perda da habilidade de fazer cálculos mentais simples ou de escrever à mão, e, da mesma forma, o costume e acomodação com corretores de ortografia moldam uma geração com problemas e dificuldades em escrita e gramática.

Em suma, embora a tecnologia ofereça muitas vantagens e seja a chave para o avanço, também está contribuindo para a defasagem de conhecimento entre a atual geração. É importante saber reconhecer estes desafios e encontrar soluções para equilibrar o uso da tecnologia para a promoção do desenvolvimento integral e sustentável das habilidades cognitivas, sociais e emocionais das novas gerações.

Neste cenário, o ensino da programação no ensino público surge como uma solução poderosa e multifacetada para combater a defasagem de conhecimento básico. Aprender programação é mais do que aprender a escrever linhas de código, é aprender a exercitar o pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade.

A programação envolve a decomposição de problemas complexos em partes menores, a identificação de padrões e a formulação de soluções em algoritmos. Habilidades que não se limitam à criação de software, mas também são fundamentais para a compreensão de processos abstratos e resolução de problemas em qualquer campo, principalmente no mundo conectado em que vivemos.

Além disso, o ensino de programação no ensino público capacita os jovens a se tornarem criadores ativos da tecnologia, não apenas consumidores passivos. Ao criarem e desenvolverem projetos próprios, os alunos ganham um conhecimento mais aprofundado dos princípios que formam a tecnologia e como ela pode ser aplicada para resolver os problemas no mundo real, assim não ficando limitado ao conhecimento teórico, mas também botando em prática. Com isso, além de estarem capacitados a se adaptarem ao mundo digital que está em constante mudança, também os prepara para carreiras em áreas relacionadas à tecnologia.

Em suma, com a tecnologia cada dia se tornando parte integral de nossa vida, a programação vem como uma habilidade fundamental para o sucesso individual e coletivo dos jovens, que vai muito além da criação de softwares, ela desenvolve habilidades essenciais como:
• Melhora na Performance Escolar: Estudos comprovam que a programação pode impulsionar o desempenho escolar em áreas como matemática, ciências e linguagem.
• Preparação para o Futuro: A programação é uma habilidade cada vez mais requisitada no mercado de trabalho, abrindo portas para diversas oportunidades profissionais promissoras. Seja você um aspirante a desenvolvedor web, um cientista de dados em potencial, ou um especialista em inteligência artificial visionário, a programação te dará as ferramentas para conquistar seus sonhos profissionais.
• Desenvolvimento da Criatividade: A programação permite que você explore sua criatividade ao máximo, construindo projetos inovadores, desde jogos e aplicativos até soluções tecnológicas para problemas reais. Imagine dar vida às suas ideias mais ousadas e transformar o mundo ao seu redor! Por exemplo, você poderia criar um aplicativo que conecta voluntários a causas sociais ou desenvolver um jogo educativo que torna o aprendizado divertido e engajante.
• Aprendizado Contínuo: O mundo da tecnologia está em constante evolução, exigindo que os programadores se mantenham atualizados e aprendam novas habilidades continuamente. Este processo contínuo de aprendizado estimula a agilidade mental e a capacidade de adaptação, qualidades valiosas em qualquer carreira ou empreendimento.

Mas depois de ler tudo isso, de entender como o ensino de programação auxilia no pensamento, surge a dúvida: O que de fato é a programação?

Programação é a arquitetura do mundo digital, o código-fonte que dá vida aos aplicativos, sites e sistemas que usamos todos os dias. É como construir uma casa, mas em vez de tijolos e cimento, usamos linguagens de programação como Java, Python ou JavaScript. Cada linha de código é como uma instrução para o computador, dizendo-lhe o que fazer e como fazer. É a habilidade de resolver problemas de forma lógica e criar soluções eficientes para desafios do mundo real, desde aplicativos móveis que facilitam nossas vidas até sistemas complexos que impulsionam empresas inteiras. Programação é a habilidade que impulsiona a era digital, capacitando-nos a moldar o futuro com cada comando que digitamos.

Em resumo,e sem gourmetização, é a habilidade de dar instruções ao computador.

Os benefícios da programação transcendem a mera criação de softwares. Ao mergulhar nesse universo, você desenvolve habilidades essenciais para o sucesso em diversos aspectos da vida:
• Raciocínio Lógico Apurado: A programação exige que você analise problemas de forma estruturada e metódica, buscando soluções eficientes e precisas. Você se torna um detetive mental, desvendando os mistérios da lógica e treinando sua mente para pensar com clareza e objetividade.
• Resolução de Problemas Aprimorada: Cada desafio de programação é um enigma a ser desvendado. Através da prática constante, você desenvolve a criatividade, a persistência e a capacidade de pensar fora da caixa para encontrar soluções inovadoras para os mais diversos problemas.
• Organização e Clareza de Pensamento: A programação exige clareza e precisão na comunicação com as máquinas. Você aprende a organizar suas ideias de forma lógica e concisa, utilizando uma linguagem precisa e sem ambiguidades. Sua mente se torna um templo da organização, onde cada pensamento encontra seu lugar.
• Desenvolvimento da Abstração: Ao programar, você se depara com conceitos abstratos e precisa traduzi-los em instruções concretas para o computador. Essa habilidade aprimora sua capacidade de abstração, permitindo que você visualize o todo a partir das partes e enxergue soluções inovadoras para problemas complexos.

Em conclusão, a jornada na área da tecnologia e programação reflete não apenas a busca por conhecimento, mas também a compreensão da importância dessas habilidades em um mundo cada vez mais digitalizado. Desde os primeiros passos ao conhecer um computador até a imersão no desenvolvimento de sistemas complexos, cada etapa proporciona aprendizados valiosos.
Contudo, é essencial reconhecer os desafios que acompanham esse avanço tecnológico, especialmente a dependência excessiva de soluções prontas e a superficialidade no processamento da informação. Nesse contexto, o ensino da programação emerge como uma ferramenta poderosa para cultivar habilidades cognitivas, promover o pensamento crítico e estimular a criatividade.
Ao aprender a programar, os jovens não apenas adquirem uma habilidade técnica, mas também desenvolvem uma mentalidade analítica e adaptável, essencial para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. A programação não é apenas sobre escrever linhas de código, mas sim sobre desvendar problemas complexos, construir soluções inovadoras e moldar ativamente o futuro digital.
Portanto, ao investir no ensino da programação nas escolas e na promoção do pensamento computacional, estamos capacitando as próximas gerações não apenas a serem consumidores passivos da tecnologia, mas sim criadores ativos e inovadores, prontos para enfrentar os desafios e oportunidades de um mundo cada vez mais interconectado e digital.

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