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BITCOIN: Mas, e se faltar energia?

Gostaria apenas de saber como você, que investe em Bitcoin, lidaria em um cenário de crise onde cidades não têm energia e, portanto, não se tem como fazer transferências de Bitcoin por causa da falta de internet. "Ah, mas existem métodos para fazer transferências sem internet". Mas será que todos os usuários, principalmente os mais iniciantes, têm conhecimentos dessas técnicas?

Será mesmo que, em um cenário onde não há energia, o Bitcoin se sairá melhor que o ouro e a prata - meios de reserva existentes desde a criação do mundo?

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Eu demorei um pouco para pensar numa resposta convincente, mas a medida que escrevia fui lembrando de mais tópicos pertinentes.

Bitcoin talvez seja o menor dos seus problemas

Em primeiro lugar, pela descrição do cenário, na falta de energia, lidar com patrimônio em btc certamente não está na lista de prioridades.

O que significa ter ouro ou prata?

Nesse cenário, mesmo o ouro e a prata não têm valor, afinal, caso haja ouro ou prata na posse de alguém, nos tempos de hoje, em que tudo é digital, significa que:

  • Alguma empresa comprou o metal (ou minerou, refinou e fez os lingotes);
  • Fez a guarda;
  • Declarou publicamente que tem o metal em seu patrimônio;
  • Criou um papel negociável com valor equivalente ao do metal;
  • Afirmou que o metal será mantido em sua guarda;
  • Passou a negociar o papel;

Ou seja, é tão abstrato quanto o próprio bitcoin, com a diferença que o bitcoin permite a operação direta, descentralizada, rápida e barata.
Ademais, já que estamos falando em um cenário extremo:

  • Que empresa emitiu o papel dos metais?
  • Que fim ela teve?
  • Onde estão os metais agora?
  • Onde estão os papeis que garantem valor equivalente?
  • Quem vai certificar a equivalência de valor?
  • Vai certificar baseado em quê?

Daria para perguntar quem vai acreditar no certificado, mas já deu para entender.

A resiliência da rede para os usuários

Mas, ainda assim, para gerir os ativos na rede é preciso qualquer conexão com a internet, bem lenta que seja, como uma LoRaWan qualquer, e energia suficiente para fazer funcionar eletrônicos de baixo consumo, ou seja, desde um celular até um raspberry pi dão conta do problema, ou até mesmo um arduino, se quiser levar a questão do consumo de energia ao extremo.

A resiliência da rede para os mineradores

Num cenário de escassez extrema de energia, naturalmente haveria uma queda vertiginosa no hashrate da rede, o que por sua vez, em até duas semanas, leva a uma queda vertiginosa na dificuldade de mineração. Nesse caso, voltaríamos no tempo em que qualquer pc da xuxa era capaz de minerar bitcoin de forma a resolver o bloco de tempos em tempos.

De onde tirar energia?

Hoje já existem mineradores cuja energia é 100% de geração autônoma, seja por energia eólica ou solar e até utilização de gás natural gerado a partir de biodigestores de excremento suíno já existe.

Ademais, ainda considerando um cenário extremo, acredito que não faltaria gente disposta a pedalar alguns minutos por dia para fazer rodar uma mineradora, especialmente se for de pequena demanda, considerando a queda do hashrate.

Utilização por leigos

Nesse caso vale a pena olhar para El Salvador e os países africanos que lideram o uso de cripto moedas. A adoção de cripto é muito mais forte nos países cuja moeda fiduciária tem inflação galopante, infeliz cotidiano para tantos.
Fontes:


Confesso que me diverti imaginando esse cenário e espero ter ajudado com sua dúvida.
Pior que nem sou maximalista bitcoin, mas acredito que é sim uma tecnologia disruptiva e que vai mudar o sistema financeiro moderno.

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