Vendas de celulares "burros" crescem no Reino Unido, segundo operadora
De acordo com a Virgin Media O2, pais e responsáveis têm optado por esses dispositivos em vez de smartphones, visando proteger seus filhos dos riscos das redes sociais e da troca instantânea de mensagens. As vendas de celulares não inteligentes teriam dobrado em comparação ao ano anterior, com um aumento significativo em setembro, mês de início do novo ano escolar. Esses dispositivos oferecem apenas funções básicas, como chamadas de voz e mensagens de texto, geralmente sem tela sensível ao toque ou a capacidade de baixar e executar aplicativos, além de acesso à internet ser limitado.
Além dos pais, muitos compradores têm se voltado para celulares simples, como idosos que preferem aparelhos de uso simplificado, trabalhadores de setores como o da construção civil, que precisam de dispositivos resistentes, e usuários que não desejam gastar muito em smartphones de última geração. Uma pesquisa aponta que, em 2023, os celulares comuns também registraram um aumento nos EUA, impulsionados por uma tendência entre a “Geração Z e millennials” de se desconectarem das redes sociais. A previsão é que as vendas desses dispositivos atingiriam 2,8 milhões em 2023, com “vendas estáveis no curto prazo, impulsionadas por demandas de nicho”.
Por outro lado, o analista de tecnologia Runar Bjørhovde observa que, de maneira geral, os celulares simples vêm declinando gradualmente nas últimas duas décadas, e que, embora ainda não haja um crescimento significativo nas remessas que dure mais de um ou dois meses, os volumes de envio se estabilizaram e as quedas diminuíram nos últimos anos. Bjørhovde também destaca um pico de demanda no final de 2021 e 2022, impulsionado por jovens da Geração Z em busca de uma “desintoxicação digital”, após o uso excessivo de dispositivos durante a pandemia.
Além disso, o analista afirma que esses picos de demanda por celulares simples são “principalmente uma resposta ao uso excessivo de smartphones”, com crescente preocupação de que as pessoas estejam “usando seus dispositivos em excesso e buscando equilíbrio”. O preço também é um fator atraente, já que os celulares comuns mais caros custam menos do que os smartphones mais baratos.