Startup desenvolve sistema de “internet das árvores” para detectar incêndios florestais antecipadamente
A ForestGuard, fundada por arquitetos sensibilizados pelos graves incêndios que devastaram a Turquia em 2021, identificou uma lacuna nas tecnologias atuais de monitoramento precoce, que se mostravam ineficazes na detecção rápida de pequenos focos de fogo ou fumaça. Além disso, as soluções tradicionais dependem de linha de visão direta para comunicação, o que limita sua cobertura e eficácia.
O sistema, também chamado de “WoodWideWeb” em referência ao termo “World Wide Web”, emprega sensores avançados que monitoram alterações no ar ao redor para identificar sinais iniciais de incêndio. Diferente de sensores térmicos comuns, que se concentram apenas na detecção de calor, essa tecnologia analisa a resistência do ar em milissegundos e utiliza esses dados para criar uma “impressão digital” precisa do ambiente local. Com essa análise detalhada, o sistema é capaz de diferenciar entre atividades não relacionadas a incêndios, como a fumaça de um cigarro ou emissões de veículos próximos.
Os sensores são instalados diretamente nos troncos das árvores, permitindo o monitoramento imediato de seu entorno. Quando detectam mudanças suspeitas nos parâmetros atmosféricos, enviam sinais para satélites geoestacionários da EchoStar, que retransmitem os dados para as autoridades competentes, facilitando uma resposta rápida e precisa. Esses sensores são recomendados para áreas de alto risco, como regiões com presença humana ou industrial, com uma densidade de instalação de um sensor por hectare. Em locais de menor risco, o sistema pode cobrir áreas de até 16 ou 32 hectares por sensor.
A ForestGuard adota um modelo híbrido de venda e aluguel dos sensores. Cada unidade custa aproximadamente 500 dólares para compra, enquanto o aluguel anual é de cerca de 250 dólares, com uma taxa adicional de assinatura de 100 dólares ao ano para monitoramento e alertas em tempo real. A startup busca um investimento de 1 milhão de dólares para expandir suas operações, o que incluirá a ampliação da produção, o desenvolvimento de novas tecnologias de sensores e a entrada em novos mercados internacionais.