Startup apresenta computador biológico baseado em células cerebrais humanas
A Cortical Labs, uma startup australiana, revelou o CL1, um computador biológico que utiliza neurônios humanos cultivados a partir de células-tronco para explorar uma abordagem alternativa à IA. Diferente de modelos convencionais, como o ChatGPT, o CL1 aproveita a capacidade de aprendizado rápido dos neurônios para processar informações de maneira mais eficiente.
O sistema integra centenas de milhares de neurônios posicionados sobre um chip de silício, onde recebem estímulos elétricos e aprendem a responder corretamente por meio de um mecanismo de aprendizado por reforço. Quando a resposta é incorreta, os neurônios recebem estímulos aleatórios, e quando acertam, são recompensados com padrões de dados mais estruturados. Esse processo permite o desenvolvimento de um comportamento baseado em recompensas, semelhante ao aprendizado de máquina.
Segundo o Dr. Brett Kagan, cientista-chefe da Cortical Labs, modelos tradicionais de IA demandam quantidades massivas de energia para processar informações, enquanto os neurônios biológicos precisam de apenas alguns watts. Além disso, modelos de IA requerem grandes volumes de dados para treinamento, enquanto os neurônios biológicos podem aprender rapidamente a partir de poucas interações e tomar decisões complexas – uma característica comum em humanos e animais.
A Cortical Labs acredita que sua tecnologia pode ter aplicações em diversas áreas, incluindo modelagem de doenças e testes de medicamentos. A empresa pretende disponibilizar o CL1 comercialmente como um “computador biológico”, permitindo que pesquisadores e organizações explorem seu potencial.