Smart TVs são consideradas um “pesadelo de privacidade”, segundo relatório

O documento, da Center for Digital Democracy, argumenta que fabricantes e plataformas de conteúdo estão criando um sistema de vigilância que compromete a privacidade dos consumidores, utilizando técnicas de rastreamento sem precedentes, visando atender aos interesses dos anunciantes.

A CDD solicita que as autoridades americanas responsáveis pela proteção do consumidor, pela privacidade e pelas telecomunicações adotem novas regulamentações para o setor. Jeffrey Chester, um dos autores do relatório, afirma que as TVs conectadas colocam os consumidores e suas famílias em risco, já que seus dados podem ser usados para vigilância e manipulação.

A CDD considera que as políticas de privacidade oferecidas pelos fabricantes são enganosas e que suas promessas de não coletar nem compartilhar informações pessoais são irrelevantes. Para a organização, “comprar uma smart TV é equivalente a trazer um cavalo de Troia digital para casa”.

Além disso, o relatório alerta para o uso de IA generativa nos anúncios veiculados em smart TVs, reunindo declarações e publicações feitas pelas próprias empresas do setor ao longo dos últimos anos. Algumas companhias mencionam a possibilidade de alterar características das propagandas, como vozes e roupas de atores, além de gerar novos detalhes, como endereços de lojas, descontos especiais e cupons exclusivos. Outra possibilidade seria a criação de cenas totalmente artificiais envolvendo produtos e sua inclusão dinâmica em filmes e séries, sem uma interrupção clara entre o programa e a propaganda.

Para Chester, essa prática poderia dificultar a regulação do setor. Ele propõe que o uso de IA em propagandas seja proibido quando envolver produtos farmacêuticos ou itens direcionados a crianças, além de advertir sobre a veiculação de anúncios de medicamentos disponíveis apenas sob prescrição médica, que poderiam ser direcionados a pessoas específicas com base nas informações coletadas sobre elas.