Sensacionalismo em torno da criptografia quântica pode gerar expectativas irreais sobre segurança, segundo artigo
Embora a computação quântica prometa um grande avanço na capacidade de processamento, seu impacto real na criptografia moderna permanece incerto e distante. Atualmente, os métodos de criptografia, como RSA e ECC, dependem da complexidade de resolver problemas matemáticos, como fatoração e logaritmos discretos, que poderiam ser solucionados com facilidade por um computador quântico potente, ainda inexistente. Não há consenso entre especialistas sobre quando essas máquinas estarão disponíveis, com alguns sugerindo que a tecnologia poderia amadurecer em algumas décadas, mas sem certezas.
Esse cenário resulta em uma cobertura midiática que tende a enfatizar um perigo iminente, muitas vezes promovido por indivíduos que não possuem um entendimento profundo do tema. Apesar do potencial da computação quântica, especialistas afirmam que a tecnologia atual não tem capacidade para quebrar criptografias robustas, como o RSA de 2048 bits, amplamente utilizado em transações digitais. Para comprometer essa cifra, seria necessário um computador com cerca de 20 milhões de qubits operando por oito horas. Atualmente, os sistemas quânticos mais avançados possuem apenas um pouco mais de mil qubits.
Apesar dessas limitações, indústrias e pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de algoritmos resistentes a ataques quânticos, que serão adotados gradualmente. A intenção é que a transição ocorra de forma planejada e segura, atendendo às novas demandas e evitando um colapso digital. Ao mesmo tempo, é crucial que usuários e profissionais de segurança evitem o alarmismo, focando em soluções progressivas para proteger os dados.