Pesquisadores desenvolvem câmera do tamanho de um grão de sal com qualidade de imagem convencional
A câmera “meta-óptica” é 500 mil vezes menor que as câmeras convencionais, e é capaz de produzir imagens em cores completas com qualidade equivalente às câmeras tradicionais. Essa inovação é possível graças ao uso de nanoestruturas denominadas “metasuperfícies”, materiais artificiais ultrafinos e planos, com apenas meio milímetro de largura, salpicados por milhões de nanoantenas cilíndricas, que podem ser ajustadas individualmente para moldar a luz de forma precisa. Juntas, essas estruturas conseguem criar imagens da mesma maneira que lentes de vidro refrativas, mas em um dispositivo muito menor.
A tecnologia abre portas para câmeras ultra pequenas com alta fidelidade de imagem, o que pode beneficiar diversas indústrias e aplicações. Entre os potenciais usos estão a imagem médica, onde câmeras tão pequenas quanto possível poderiam ser inseridas em endoscópios ultracompactos para capturar imagens de áreas de difícil acesso. Além disso, a tecnologia poderia permitir o desenvolvimento de câmeras extremamente pequenas para smartphones, dispositivos vestíveis, como óculos, e headsets de realidade aumentada e virtual, tornando-os mais leves e mais atraentes. Os drones também poderiam se beneficiar de câmeras menores e mais leves, resultando em maior autonomia de bateria e maior eficiência, especialmente para aplicações militares e civis, como reconhecimento e entregas.
Os materiais utilizados para a fabricação das metasuperfícies incluem um wafer de sílica para a superfície de montagem e nitreto de silício para as nanoantenas, ambos compatíveis com as técnicas atuais de fabricação de semicondutores.