Pesquisador afirma que cerca de 9,5% dos engenheiros de software são “fantasmas”
Yegor Denisov-Blanch conduziu um estudo em que analisou mais de 50 mil engenheiros de software de diversas empresas, cujos nomes não foram divulgados. Ele afirma que recebeu acesso aos repositórios de código interno dessas companhias, incluindo o GitHub, para executar uma análise detalhada. Segundo Denisov-Blanch, sua equipe utilizou um algoritmo capaz de avaliar a qualidade do código produzido por funcionários individuais.
Os resultados indicam que aproximadamente 9,5% dos engenheiros analisados não realizam contribuições significativas para o desenvolvimento de software, embora recebam remunerações generosas. Esses profissionais, definidos como “engenheiros fantasmas”, apresentam desempenho inferior a 10% do engenheiro de software mediano, ou seja, são até 10 vezes menos produtivos.
Denisov-Blanch explica que o algoritmo utilizado vai além de simplesmente contar commits, já que esta métrica pode ser facilmente manipulada com atualizações triviais ou revertidas repetidamente. Em vez disso, o modelo tenta responder a perguntas similares às feitas por revisores humanos, como “quão difícil é o problema que este commit resolve?” e “quanto tempo seria necessário para escrever este código se houvesse total foco na tarefa?”.
Ainda assim, o pesquisador reconhece que o algoritmo não abrange profissionais cujas funções extrapolam o envio de código, como arquitetos de software ou líderes técnicos. A análise focou exclusivamente na qualidade e complexidade do código produzido, considerando que algumas métricas tradicionais, como a quantidade de commits, não refletem com precisão a produtividade ou a contribuição de um desenvolvedor.