Novo formato de imagem armazena luz invisível de forma mais eficiente
Imagens espectrais capturam informações além do espectro visível, como raios ultravioletas, responsáveis por queimaduras solares, ou assinaturas térmicas em infravermelho. Embora já sejam amplamente utilizadas por cientistas e engenheiros, esses arquivos costumam ser extremamente volumosos, contendo dezenas ou até centenas de dados por pixel. Como resultado, podem alcançar vários gigabytes, tornando-se difíceis de armazenar e processar.
Para solucionar esse problema, pesquisadores da Intel desenvolveram o Spectral JPEG XL, um novo formato que compacta essas imagens de maneira mais eficiente, reduzindo o tamanho dos arquivos sem comprometer informações essenciais. O método funciona de forma semelhante ao MP3, que comprime músicas descartando frequências pouco perceptíveis ao ouvido humano. Testes indicam que a nova técnica pode reduzir o tamanho das imagens espectrais em um fator de 10 a 60 vezes em comparação ao OpenEXR, formato atualmente utilizado para esse tipo de dado. Com isso, os arquivos passam a ter dimensões similares às de fotos de alta qualidade, mantendo a precisão necessária para diversas aplicações.
A compactação prioriza a preservação dos detalhes mais relevantes, eliminando primeiro as informações menos perceptíveis.
No entanto, a adoção do Spectral JPEG XL dependerá da adaptação de ferramentas de software, o que pode limitar seu aproveitamento inicial. Além disso, algumas áreas de pesquisa exigem precisão absoluta, tornando o OpenEXR ainda necessário em determinados casos.
Essa inovação pode beneficiar setores como a indústria automotiva, a área médica e a computação gráfica. Montadoras utilizam imagens espectrais para prever o impacto da iluminação sobre a pintura dos veículos. Cientistas analisam a luz refletida por materiais para identificar sua composição. Já especialistas em computação gráfica empregam esses dados para simular fenômenos como dispersão da luz em prismas e fluorescência.