Empresas que exigem retorno ao escritório perdem seus melhores funcionários, segundo estudo
Um estudo analisando mais de 3 milhões de trabalhadores de 54 empresas dos setores de “alta tecnologia e financeiro” listadas no índice S&P 500 concluiu que políticas de retorno ao escritório (RTO, na sigla em inglês) aumentam a saída de funcionários mais qualificados e experientes. A pesquisa foi conduzida com base em anúncios de RTO e dados do LinkedIn, considerando empresas com informações disponíveis por, no mínimo, dois trimestres antes e depois da implementação dessas políticas.
Os dados indicam que as taxas médias de rotatividade cresceram 14% após a adoção de mandatos de retorno ao escritório. Empresas como Dell e Amazon estão entre as que implementaram recentemente tais políticas. Profissionais seniores e mais qualificados são os que mais deixam as empresas, pois possuem “mais conexões e facilidade para encontrar novas oportunidades”. Esses trabalhadores também expressam insatisfação quando a gestão atribui a baixa produtividade ao trabalho remoto.
O impacto dos mandatos de RTO é particularmente acentuado entre mulheres, que são três vezes mais afetadas devido a maiores responsabilidades familiares e maior necessidade de flexibilidade. Além disso, políticas de retorno ao escritório prejudicam a atração de novos talentos. Em média, o tempo para preencher vagas aumenta em 23%, enquanto a taxa de contratação diminui em 17%.
Entre os motivos para a insatisfação dos funcionários está a “desconfiança” gerada pelo monitoramento excessivo por parte da gestão, descrito por um CEO como uma “forma fraca de liderança” que reduz o engajamento. O anúncio de um RTO é frequentemente percebido como uma mudança abrupta e mal comunicada, o que leva muitos funcionários a buscarem novas oportunidades de trabalho imediatamente após a implementação.