Busca pela consciência artificial pode ser o próximo objetivo da robótica, discutem especialistas
Mais que o avanço tecnológico necessário, o primeiro desafio para esse tipo de pesquisa seria a falta de consenso sobre a definição de “consciência”, muitas vezes relacionada a conceitos vagos e filosóficos – o que a maioria dos roboticistas e engenheiros tende a ignorar para formar suas próprias definições funcionais.
Thomas Sheridan, professor emérito de engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, acredita que a consciência pode ser reduzida a um determinado processo e que, quanto mais descobrirmos sobre o cérebro, menos confusa a ideia parecerá.
Para Hod Lipson, engenheiro-mecânico que dirige o Creative Machines Lab, da Universidade de Columbia, a distinção fundamental entre diferentes tipos de consciência – animal e humana – é o quão longe no futuro uma entidade é capaz de imaginar a si mesma.
Um de seus primeiros robôs autoconscientes usou sensores para criar uma simulação de si mesmo e, a partir disso, descobrir como se movimentar sem que alguém o ensinasse.
Em um estudo mais recente, sua equipe desenvolveu um braço biarticulado que usa câmeras externas, um algoritmo de aprendizado profundo e um modelo de probabilidade para se reconhecer no mundo.
Antonio Chella, roboticista da Universidade de Palermo, na Itália, acredita que a consciência não pode existir sem a linguagem e, por isso, vem trabalhando em robôs que podem formar monólogos internos, raciocinando para si mesmos e refletindo sobre as coisas ao seu redor.
Para Eric Schwitzgebel, professor de filosofia que escreve sobre consciência artificial, o problema com essa incerteza é que, no atual ritmo, a humanidade provavelmente desenvolveria um robô teoricamente consciente antes de concordarmos com os critérios de consciência.
Algo que poderia levar a “um futuro cheio de todos os tipos de problemas desconhecidos e irritantes para os quais não estamos preparados”.
Fonte: https://archive.ph/f92kx