1/3 da vida, o por que talvez eu programe e sobre crescer.
Vim aqui compartilhar um pouco da minha história, trajetória e jornada profissional. Sempre achei que tem algo de especial em revisitar o passado, principalmente quando ele nos molda tanto.
Desde os 9 anos, eu já era fascinado por ciência e o universo. Meu primeiro sonho era ser cientista. Queria criar coisas úteis, que as pessoas pudessem usar no dia a dia. Eu sentia que era isso. Mas lá pelos 13 anos, quando tínhamos um computador na casa da minha mãe, foi que a mágica começou. Eu era criança, sem irmãos, e passava horas sozinho. O que me salvava era o YouTube, assistindo canais de Minecraft. Venom Extreme, Feromonas e até Monark (sim, o "não mencionado") me cativavam com aquele engajamento incrível.
Por volta dos 14 anos, comecei a me conectar com o pessoal no Skype, jogando no Craftlandia. Era muito bom! Eu criava histórias e abri até um bar virtual no jogo. Mas como toda fase tem um fim, aquilo parou de me satisfazer. Foi então que comecei a explorar como criar servidores de Minecraft. Descobri plugins como AuthMe, WorldEdit, WorldGuard, iConomy... E aprendi até a abrir portas no roteador porque não tinha grana para um servidor na web. Usava Hamachi, e com amigos, tempo livre e uma curiosidade absurda, fui construindo servidores. Cada um melhor que o anterior.
Só que chegou uma hora que isso também não me bastava mais. Lá pelos 15 anos, entrei no mundo do RPG e comecei a mestrar mesas no Discord. Isso me fez lembrar que minha mãe, anos antes, tentou me colocar numa escola de criação de jogos. Essa memória me deu um estalo. Comecei a estudar criação de jogos na Unity, fascinado pela ideia de criar mundos onde as pessoas interagiam e se divertiam. Era incrível. Fiz até uns joguinhos online. Mas lá pelos 17 anos, percebi que fazer games não iria me dar dinheiro, era muita pouca vaga e procura, e fiquei mei avulso com isso pensando no futuro.
Então, conheci outro lado: a web. Pensei: "A primeira coisa que vou fazer para aprender a programar na web é criar uma rede social." Era isso! Peguei vários vídeos no YouTube, comecei a escrever código em PHP, com pastas misturadas em inglês e português, ifs infinitos, wheres sem fim... Tudo improvisado. Meu projeto estava quase pronto quando algo aconteceu.
Estava na casa do meu pai, levei o computador da casa da minha mãe para continuar programando. De repente, meu pai infartou, e eu estava com ele, eu e minha madrasta tentamos socorrer com a ambulancia( o mesmo aconteceu aos meus 9 anos quando eu estava com meu avô o pai dele, do mesmo jeito, eu e minha falecida avó em uma loja de roupa), mas eu não tenho muitas lembranças desse dia também. Eu não vou entrar nos detalhes aqui, mas aquilo foi um divisor de águas. Eu tinha 18 anos e um pedido simples: queria passar meu aniversário só com ele. Não deu. Com a dor de perdê-lo, com a minha mãe casada e eu de luto e com uma pensão para investir em mim e no meu futuro, decidi morar sozinho. A forma que encontrei de lidar foi um maços de cigarros, becks e meu fascínio por programação.
Entre 18 e 20 anos, tem um vão. Entrei na faculdade de Engenharia de Software e aos 20 consegui meu primeiro trabalho online. Morava sozinho há dois anos, liderei uma equipe de três pessoas, incluindo meu melhor amigo que morava comigo. Fizemos aplicativos de carros (Autoóleo, na época), um app de acompanhantes de luxo, e até sites para prefeituras. Mas, como a vida nem sempre facilita, nosso chefe deu um calote. Perdemos tudo quando ele quebrou.
Com 20/21 anos, já em outra faculdade, consegui um novo trabalho freela. Estava mais organizado, mas ainda sozinho e brigado com meu melhor amigo. Nesse trabalho, fiz aplicativos sozinho, enquanto enviava currículos. Até que uma startup me chamou. Era um gringo com um escritório na Barra da Tijuca, no Rio. Lindo lugar, cowork incrível. Ele me vendeu um sonho, mas com um salário 400% abaixo do mercado. Isso no final de 2023.
Eu aceitei. Não porque era justo, mas porque queria crescer, mostrar meu valor, aprender com o dono da empresa. Nos primeiros meses, recebi só um salário mínimo. Depois, um valor que dava para comprar um iPhone 13(em dez/2024), mas seguimos construindo. Desenvolvi três sistemas e assumi a área de IA da empresa porque ninguém mais trabalhava com isso, e gosto de ficar em lugares estratégicos da empresa, além de IA começar a ser meu novo vício em programação. Foi um ano intenso.
E aí, chegamos ao presente. Final de 2024. Depois de muita dedicação, "meu chefe super foda, acho melhor nao assinar o clt até hoje, e decidiu por expontanea vontade nao pagar 13°, bom, aconteceu muitas outas coisas nas entrelhinhas sobre o perfil pessoal e profissional desse cara, mas resumidamente quando a equipe chamou ele para conversar e apresentar um documento para constestar essa decisão que ele teve a cara de pau de surtar, e falar "quem é que paga meu 13°? não é só por que aqui no brasil é assim que eu tenho que fazer isso" e chegou uma hora de basta, na conversa e nao teve papo com o cara parecendo um tomate e equipe unida e alinhada com razão. bom agora estou aqui em uma quinta e isso aconteceu ontem, a equipe vai ter uma reunião com um advogado e estamos no processo de saber o'que vamos ter que fazer, queríamos resolver conversando, mas o tomate não conseguiu, bom aproveitei a tarde de hoje que nao fomos trabalhar pois o tomate disse precisar de um tempo. Adoramos trabalhar lá, mesmo todos recebendo menos, gostamos do convívio da equipe unida, eu sou único dev br, tem mais histórias não contadas dessa jornada, mas aproveitei só para escrever, espero que isso inspire alguém ou te distraia. Apesar de tudo, continuo apaixonado pela programação e pelos desafios que ela traz.
Meu nome é Juan Cândido, mais conhecido como J. Se quiser saber sobre meu projeto pessoal, acesse crom.live. Essa escrita foi uma parte da minha vida escrita em uma tarde.
Fonte: https://crom.live