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O Paradoxo da Aprendizagem: Quanto Mais Sabemos, Menos Ousamos

Quando começamos a programar, o universo parece infinito. Queremos criar redes sociais melhores do que o Facebook, revolucionar os videojogos, construir assistentes inteligentes dignos de ficção científica. A nossa mente fervilha com ideias inovadoras, mesmo que o nosso código esteja repleto de erros e soluções ineficientes. Mas, à medida que evoluímos, algo curioso acontece: tornamo-nos mais competentes, mas menos ousados.

O Sonho vs. a Realidade Técnica

No início, desconhecemos as reais limitações da tecnologia. Isso dá-nos uma liberdade criativa impressionante, pois não nos preocupamos com escalabilidade, arquitetura de software ou complexidade computacional. No entanto, à medida que aprendemos mais, começamos a perceber os desafios técnicos envolvidos em cada ideia.

Isso pode levar-nos a um estado paradoxal: antes, tentávamos criar o impossível; agora, descartamos ideias antes mesmo de as testar, porque sabemos como seriam difíceis de concretizar.

O Perigo de nos Tornarmos "Realistas" Demais

Ser realista é essencial para desenvolver software sólido, mas pode tornar-se um obstáculo à inovação. Muitas ideias revolucionárias pareceram inviáveis à primeira vista. O Google, o iPhone e a inteligência artificial moderna nasceram de sonhos que, na altura, pareciam absurdos.

Se tivermos receio de sonhar porque "sabemos demais", corremos o risco de nos limitar a pequenas melhorias incrementais, sem nunca procurar uma verdadeira disrupção.

Como Manter o Espírito Criativo

  1. Pense como um iniciante – Pergunte-se: "e se fosse possível?". Muitas grandes ideias começaram como hipóteses aparentemente absurdas.

  2. Aceite que nem tudo tem de ser perfeito no início – Muitos projectos inovadores começaram como protótipos imperfeitos.

  3. Cerque-se de pessoas que desafiam o seu pensamento – Trabalhar com iniciantes ou com pessoas de áreas diferentes pode trazer novas perspetivas.

  4. Experimente antes de descartar – Antes de concluir que algo é impossível, tente criar uma versão simplificada da ideia. Pode surpreender-se.

  5. Lembre-se do que o motivou a começar – Resgate o entusiasmo que tinha quando começou a programar.

A inovação nasce da interseção entre conhecimento e ousadia. Por isso, enquanto aprimoramos as nossas competências, não nos podemos esquecer de alimentar o nosso espírito sonhador. Afinal, as maiores revoluções tecnológicas começaram com alguém que ousou imaginar o impossível.

E você, o que tem feito para manter a sua criatividade viva? Partilhe a sua opinião nos comentários!

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Acredito que a esmagadora maioria das invenções não partiram de sonhos que pareciam absurdos. Até existem, mas raro. Descobertas acontecem mais por acaso mesmo, mesmo assim não sei se são maioria. Existe fartos exemplos nos dois casos.

As pessoas que criam algo inovador de verdade, disruptivo e que gere novo valor geralmente são altamente capacitadas, entendem bem uma necessidade de mercado ou pelo menos dominam muito do que já existe que pode ser usado para ajudar a sua nova criação. Esse domínio é essencial para que ela prossiga com grandes chances de dar certo, ela não faz só porque teve uma ideia maluca que provavelmente e irrealizável.

Esse pensamento de tentar e ver se dá sorte, ou seja, jogar na loteria, é feito por pessoas que tem um raciocínio bastante reduzido. Ela pode tentar e dar a sorte mesmo, mas são chances de loteria. Racionalmente ninguém jogaria na loteria, é feito para perder dinheiro. Inclui as novas loterias mais espertas que criam ambientes para te viciar naquilo mais do que as loterias tradicionais.

Em geral as pessoas tentam assim porque elas tiveram algo perto de zero conhecimento sobre ciência e empreendedorismo, porque estão ignorando coisas bem básicos desses tópicos, como método científico e entendimento do mercado, principalmente sobre barreira de entrada, tanto para si, quanto para depois quem irá concorrer com você.

Eu chamo de método "bumba meu boi". Brasileiro é dos que mais gosta dele, demostrado aqui: https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-ocupa-o-2o-lugar-em-pesquisa-sobre-percepcao-de-realidade/. Mas é adotado universalmente pelos seres humanos, alguns mais que outros, e explicado aqui: https://en.wikipedia.org/wiki/Dunning%E2%80%93Kruger_effect.

Ser realista nunca é demais. Até porque quem é realista não exagera nisso, se a pessoa passar ter medo de ousar mesmo tendo critério, objetivo claro, informações adequadas, fazer todo o processo de maturação necessário e ter feito uma análise cuidadosa, então ela não está sendo realista. Ela será realista em saber do potencial real, dos riscos e mais ou menos como será a jornada e alternativas quando encontrar alguma pedra no caminho, deve saber que poderá ter que pivotar e planejar isso antes, como deve ocorrer com é fazer qualquer software, por isso eu condeno certas metodologias que pregam por aí, elas não são realistas, foram criadas para vender livros, palestras, cursos e consultorias.

Nenhum dos exemplos citados e muitos outros pareciam absurdos, foram devidamente estudados e planejados por profissionais extremamente competentes, em geral uma equipe enorme multidisciplinar, com acesso à recursos modernos e que podem nem estar acessíveis para o público em geral, mas também com o que está, por exemplos papers científicos publicados que provavelmente só 2 ou 3 pessoas que estão lendo isso aqui já viram um na frente.

Claro que muitos desses também contaram com a sorte. Ela faz parte. Mas principalmente todos eles conseguiram executar certo, só ideia não para em pé. E hoje em dia quase todo só vinga com acesso à montanhas de recursos, a não ser que acontecerá o equivalente a ganhar na loteria super acumulada sozinho.

A história é contada pelos vencedores, e do jeito que eles querem que as pessoas saibam, não mostrando o real caminho que fizeram.

Mesmo fazendo tudo certo ainda a chance maior é de não dar certo. Faz parte do jogo e por isso precisa estar preparado para o fracasso, usar isso como aprendizado e ajudar a não desistir porque você não é o azarado, você é o normal fracassando, a exceção é o sucesso. Quem tem a garra necessária não vai se abalar com nada disso, fará o o certo. Quem passa ter medo é porque está despreparado ou não tem a resiliência tão necessária para inovar e empreender.

Isso não deixa de ser tecnologia, a tecnologia de como inventar coisas novas, de como empreender, que é outra disciplina que é necessária para inventar coisas, mas ela é mais fundamental para tornar essa coisa popular e lucrativa. Não é mágica. Mesmo algumas pessoas que estão pensando agora "eu sei que não é mágica" tem atitudes que correspondem na crença da magia.

Qualquer tecnologia suficientemente avançada parece ser mágica - Arthur C. Clarke

A IA se tornará um limitador do cérebro humano. Não para todos, alguns usarão até para ajudar, mas as pessoas vão pensar cada vez mais igual, com menos criatividade, discernimento, até mesmo vontade do que antes. E não sou eu que estou dizendo, estou repetindo quem estuda isso. E a maioria, mesmo sabendo disso, cairá nessa armadilha, eu me vejo caindo. Disrupção será não depender dela.

O artigo tem informações valiosas, mas o título me parece equivocado, eu não acredito que exista esse paradoxo, mas com fontes eu posso mudar de ideia. Eu sei que é válida a expressão "a ignorância é uma benção", mas para outro contexto.

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).