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O futuro da web precisará de um tipo diferente de desenvolvedor, diz editor sênior da ZDNET

Ainda que existam algumas pistas, é difícil de imaginar para onde a internet está indo.

Owen Hughes - editor sênior da ZDNET - acredita que, embora haja muito barulho sobre as linguagens de programação mais populares e a evolução da Web3, blockchain e metaverso, nada disso importará se a indústria não tiver desenvolvedores de software altamente qualificados para construí-los.

Em uma pesquisa recente da Fortune, os CEOs citaram a falta de talentos qualificados como a principal ameaça aos negócios.

E tudo indica que nem mesmo a popularização de automações tornarão esses profissionais menos importantes. Na verdade, a automação irá desempenhar um papel fundamental na eliminação de grande parte da programação trabalhosa e monótona que preenche boa parte do dia a dia de desenvolvedores - dando-lhes mais tempo para inovar.

Quando se trata de oferecer suporte a uma melhor experiência para o desenvolvedor, quem entra em cena são os Automatic Code Generators (ACG), como Github CoPilot, AWS CodeWhisperer e Tab9, que sugerem códigos e funções em tempo real.

Ori Bendet, vice-presidente de gerenciamento de produtos da CheckMarx, acredita que a programação tradicional acabará sendo substituída pelo ACG à medida que o interesse no aprendizado de máquina crescer e os fornecedores começarem a otimizar o papel dos desenvolvedores.

Low-code e no-code

Conforme as empresas se voltam para a automação como meio de criar e implantar rapidamente novos aplicativos e serviços digitais, ferramentas low-code e no-code desempenharão uma função fundamental na formação do futuro da internet.

De acordo com uma previsão do Gartner de 2021, até 2025, 70% dos novos aplicativos desenvolvidos pelas empresas serão baseados em ferramentas low-code e no-code - em comparação com menos de 25% em 2020.

"As ferramentas low-code e no-code estão democratizando o desenvolvimento de software e oferecendo oportunidades para que mais pessoas criem tecnologia, estimulando mais inovação em todos os setores", diz Prashanth Chandrasekar, CEO da Stack Overflow.

A ascensão de low-code e no-code também ajudará a democratizar ainda mais os empregos de tecnologia, criando mais oportunidades para indivíduos talentosos que não têm origens tecnológicas ou acadêmicas.

Prova disso é uma pesquisa de 2022, feita pelas plataformas de recrutamento de desenvolvedores CoderPad e CodinGame, que descobriu que 81% dos recrutadores de tecnologia agora contratam prontamente perfis de candidatos sem diploma.

Ambient computing

Há muita empolgação em torno do conceito de ambient computing – também conhecido como ubiquitous computing –, em que todos os dispositivos eletrônicos podem interagir perfeitamente uns com os outros, acessando uma vasta rede de computação interconectada.

Dentro desse ambiente imersivo, o acesso à internet será facilitado por meio de tecnologias de realidade aumentada e de Internet das Coisas (IoT) portáteis e incorporadas. Para tornar essas evoluções possíveis, especialistas em programação de IoT, IoB (Internet of Behaviour) e IA terão alta demanda.

A computação mobile, wearable e incorporada será altamente conectada à IoT. Isso levanta uma série de questões críticas sobre como proteger a internet no futuro.

As organizações já começaram a trabalhar com empresas de consultoria terceirizadas para avaliar seus protocolos de segurança. Autenticação multifatorial e medidas de criptografia centradas em dados também estão entrando em ação.

Mais importante ainda, os desenvolvedores também precisarão se tornar altamente sintonizados com as ameaças emergentes.

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Mas talentoso em low code? Pra mim ainda é um conceito muito estranho.
pq simplesmente o próprio ui/ux de um app qualquer já requer um baita estudo,
fora toda a implementação de código, testes, e por ai vai.
e as máquinas vão precisar de manutenção, quem vai dar manutenção num app produzido 100% em low code?
pq se pegarem uma pessoa que acham ser talentosa, mas que nao tem a base certa, a chance de encontrar falhas ou construir algo com brechas e bugs eh muito maior..

não sei se estou certo na minha linha de raciocinio, ainda preciso pesquisar muito mais pra entender melhor tudo isso.

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Eu acho que o objetivo não seja substituir os desenvolvedores "comuns". Ainda serão necessárias pessoas para construir essas ferramentas e dar manutenção. Hoje, no entanto, já existem vários softwares para outras áreas que exigem um conhecimento muito maior sobre a ferramenta do que sobre a tecnologia ou a área em si. Para alguns desses existem, inclusive, treinamentos e certificações específicas. Por exemplo: SAP, AutoCAD, Photoshop, WordPress, entre outros.

Aliás, o WordPress é um ótimo exemplo. Muitas pessoas o utilizam sem saber programação, outras até sabem, mas usam apenas para coisas pontuais. No fim das contas, ambos conseguem construir um site super robusto e personalizado. Um dia desses eu vi uma vaga para Pessoa Desenvolvedora Shopify em uma "fábrica de software". Os requisitos da vaga tinham características muito mais de negócios e marketing do que programação, embora também pedisse conhecimentos básicos em HTML, CSS e Javascript.

E por aí vai... Em alguns casos a pessoa pode realmente não saber nada de programação, em outros ela pode ter apenas uma pequena base e ser o suficiente. Eu acredito que o principal objetivo dessas ferramentas seja abstrair o processo de desenvolvimento para tornar possível o foco na resolução de um problema de negócio e não, necessariamente, de tecnologia.

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Eu acrescentaria que, por consequência da alta demanda de profissionais e a baixa disponibilidade destes no mercado, a lacuna passará a ser preenchida por pessoas que não dominam a programação, mas são capazes de se virar com ferramentas low-code.

Aqui nasce uma necessidade, ferramentas low-code precisam ser criadas. Quem fará isso serão aquelas pessoas que já estão na TI.

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Perfeito! Essa demanda reprimida de profissionais pode ser um fator bem importante para alavancar essas soluções. Além disso, ainda há espaço para abstrair e automatizar muitas coisas dentro da área de programação, como tem sido feito nos últimos anos. Um desenvolvedor hoje já precisa saber bem menos sobre computação e matemática do que precisava algumas décadas atrás.