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Estudo mostra que crianças são mais propensas a conversar sobre problemas de saúde mental com robôs

Recentemente, um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge estudou os efeitos que robôs socialmente assistivos (SARs) poderiam ter ao servir como uma ferramenta de avaliação e diagnóstico de saúde mental.

Para o estudo, os pesquisadores selecionaram 28 crianças de Cambridgeshire, na Inglaterra, com idades entre 8 e 13 anos. Entre os participantes, 21 eram do sexo feminino e 7 do sexo masculino, com uma média de idade de 9,5 anos.

Foram excluídas da pesquisa crianças que já haviam sido diagnosticadas com distúrbios neurológicos ou psicológicos.

O estudo consistiu em duas etapas:

Primeiramente, os participantes responderam a um questionário online sobre seu próprio bem-estar, enquanto os pais ou responsáveis ​​fizeram o mesmo para avaliar o bem-estar dos filhos.

Mais tarde, os jovens participantes passaram 45 minutos com o robô Nao, criado pela SoftBank Robotics. O robô então aplicou o Short Mood and Feelings Questionnaire, que mede os sintomas de depressão, e a Escala Revisada de Ansiedade e Depressão Infantil.

O robô também perguntou às crianças sobre memórias felizes e tristes que experimentaram na última semana e administrou uma tarefa que consistia em observar fotos e responder perguntas sobre elas.

Os pesquisadores descobriram que os questionários conduzidos por robôs eram mais propensos a identificar casos de anomalias de bem-estar do que os relatos online feitos por conta própria pelas crianças ou os questionários respondidos pelos pais ou responsáveis.

Alguns participantes compartilharam informações com o robô que não compartilharam por meio do questionário online, por exemplo.

A coautora do estudo, Prof. Hatice Gunes, Ph.D., professora de inteligência afetiva e robótica e chefe do Laboratório de Inteligência Afetiva e Robótica da Universidade de Cambridge, explicou que, entre os participantes, o grupo que “poderia ter algumas preocupações relacionadas ao bem-estar” era mais propenso a fornecer respostas classificadas como negativas durante os questionários conduzidos pelo robô.

Outro ponto importante é que, apesar dos perigos potenciais de se permitir que uma criança passe muito tempo com dispositivos eletrônicos, trabalhar individualmente com um robô não é a mesma coisa que estar diante de uma tela.

“Esta é uma interação física, certo? Então, não é virtual. Não é um vídeo – eles estão interagindo fisicamente com uma entidade física”, disse Gunes.

A professora também destacou um aspecto crucial do estudo: o “robô infantil” usado para a pesquisa tinha menos de 60 cm de altura.

“Aqui, temos um robô com aparência e sonoridade infantil. Em tais situações, as crianças realmente veem o robô mais como um par. Não é um adulto que está tentando obter alguma informação delas”, disse ela.

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