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Cientistas usam dinâmica de fluidos para detectar deepfakes em áudio

Pesquisadores da Universidade da Flórida desenvolveram uma técnica que permite medir as diferenças acústicas e de dinâmicas de fluidos entre amostras de voz criadas organicamente por falantes humanos e aquelas geradas sinteticamente por computadores.

Segundo os cientistas, o primeiro passo para diferenciar esses dois tipos de fala é entender como modelar acusticamente o trato vocal.

Humanos vocalizam forçando o ar por entre as várias estruturas do trato vocal. A fala acontece porque, ao reorganizar essas estruturas, é possível alterar suas propriedades acústicas, permitindo criar mais de 200 sons ou fonemas distintos.

As deepfakes, por outro lado, são geradas por meio de amostras de áudio do falante original e algoritmos de conversão de texto em fala. Algo completamente diferente.

A ciência já tem técnicas para estimar como alguém soaria com base em medidas anatômicas de seu trato vocal. Ao inverter muitas dessas técnicas, a equipe conseguiu extrair uma aproximação do trato vocal de um falante durante um segmento da fala - o que tornou possível examinar efetivamente a anatomia da pessoa (ou máquina) que criou a amostra de áudio.

A hipótese levantada era de que as amostras de áudio deepfake não seriam restringidas pelas mesmas limitações anatômicas que os humanos têm, o que resultaria em simulações de formatos de trato vocal que não existiriam em pessoas de verdade.

À esquerda, o trato vocal de um falante humano, mais amplo e com formato variável. À direita, o que seria o trato vocal de uma deepfake, fino como um canudo

Áudios deepfake geralmente resultam em reconstruções de trato vocal que se assemelham a canudos em vez de tratos vocais biológicos.

Os resultados obtidos confirmaram isso. Por exemplo, era comum que um áudio deepfake resultasse em tratos vocais com um diâmetro e consistência semelhantes a um canudo - tratos vocais humanos são muito mais amplos e em formatos variados.

Essa percepção demonstra que áudios deepfake, mesmo quando convincente para nossos ouvidos, estão longe de ser indistinguíveis da fala gerada por humanos.

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