Memórias de um Programador: A Primeira Linha de Código
Quando eu comecei a aprender a programar, há alguns anos (uns 15 mais ou menos), foi apenas como um passa-tempo. Naquela época, eu tinha uma escolha: assistir televisão ou estudar. A motivação de criar algo meu foi o que me levou a baixar uma apostila de C de um site chamado apostilando, imprimir quatro páginas em uma folha e fazer frente e verso (sim, eu precisava economizar papel e tinta).
Eu comecei a estudar tudo o que a apostila trazia de novo para mim e finalmente resolvi aplicar em algo que eu sabia fazer: a fórmula de Bhaskara. Eu sei que não era muito criativo, mas acho que no início é assim
Então, iniciei a construção do meu pequeno programa em C. Finalizei, testei, e tudo parecia perfeito. Um terminal, pequeno, fundo preto, pedindo as variáveis A, B e C.
Eu estava feliz, entusiasmado, e precisava mostrar isso para alguém. Lembro como se fosse hoje, eu contando que fiz um programa que resolvia equações de segundo grau. Meu amigo colocou um sorriso no rosto e falou: "Deixa eu ver". Eu sentia a felicidade nos olhos dele. Eu abri o programa e a felicidade dele se foi... "É isso? No Terminal?".
Se por um lado, fiquei triste em ouvir isso, por outro, não me importava. Eu que fiz, era meu, era meu primeiro programa.
Vou ser sincero, não lembro o segundo programa que fiz, nem o terceiro e quase nenhum. Eu não lembro o que eu codifiquei semana passada. Mas eu lembro da primeira sensação de felicidade que tive ao ver concluído meu primeiro, e simplório, projeto.
Mas sendo sincero, eu não acho que esse amigo é menos amigo por ter dito aquilo. Na verdade eu entendo que cada um tem interesses distintos, cada um define pra si o que que é "bonito" ou não. O que esperar dos outros, da vida, dos trabalhos que irão encontrar. Do mesmo jeito que aquele terminal era a coisa mais linda para mim, outros terminais de outras pessoas que passaram pela mesma situação, não serão, e está tudo bem.
Acho que a conclusão pra esse pequeno texto que eu quis produzir é, a primeira pessoa que precisa gostar de algo que você fez, é você. Depois a gente pensa se importa com a opinião dos outros ou não.