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Estruturando os estudos de tecnologia ao utilizar cursos online

Você já assistiu às aulas de um curso de tecnologia e, quando foi para a prática, emperrou e percebeu que toda a sensação de aprendizado era falsa? Ou então, já ocorreu de conseguir desenvolver projetos guiados pelo professor, mas não se sentir seguro para iniciar um projeto próprio, partindo de uma necessidade real e desenvolvê-lo sem acompanhar um tutorial? Muitas pessoas experimentam isso. Nessa condição, a pessoa é uma repetidora. O que precisamos desenvolver é, antes de software, autonomia.

A intenção deste artigo não é apresentar uma receita de bolo. Cada pessoa precisa descobrir sua forma de aprender, embora seja útil considerar estratégias já experimentadas por outras. Além disso, a forma como aprendo em um curso é diferente de quando preciso aprender algo para solucionar um problema em meio a um projeto com um prazo de entrega curtíssimo e busco soluções em comunidades, artigos etc. A seguir, compartilharei o método que tem me ajudado a desenvolver autonomia ao aprender uma nova tecnologia quando estou utilizando um curso online como material de estudo.

Aqui será utilizado o exemplo de um curso organizado por módulos, onde cada aula trata de um recurso da tecnologia estudada. Em grande parte dos cursos, uma das últimas aulas do módulo é um tutorial do desenvolvimento de um projeto, utilizando os recursos aprendidos nas aulas anteriores. Apenas para fins didáticos utilizarei um módulo de Javascript avançado, mas poderia ser qualquer outra tecnologia.

1ª etapa: assistindo às aulas e criando uma checklist de conteúdos

Nesta etapa, assisto todas as aulas de explicações escolhidas para meu dia de estudos; por enquanto, pulo a aula do projeto. Faço isso com atenção, voltando quantas vezes for necessário e buscando na internet outros exemplos de uso de algum recurso da linguagem que não ficou muito claro durante a explicação do professor. Apenas assisto às aulas. Por enquanto, nada de exercícios.

É também nesta etapa que eu listo os tópicos abordados nas aulas assistidas. Crio uma checklist com os nomes de cada aula, bem como de funcionalidades e técnicas utilizadas ao longo das explicações. É interessante que os itens dessa lista descrevam O QUE fazer. Nada de descrição sobre COMO fazer. Por exemplo:

  1. Promises
  2. Tratando uma promise com “then”
  3. Fetch API
  4. Usando fetch api em uma requisição POST
  5. Reduce
  6. Aplicando várias funções a determinado valor, através do método reduce
  7. ...

2ª etapa - exercícios

Nesta etapa, faço exercícios para cada um dos tópicos listados. Aqui, eu posso repetir exemplos utilizados nas aulas, bem como criar meus próprios exemplos de uso para cada funcionalidade estudada. Tendo em mãos uma checklist do que fazer, este é o momento de lembrar como fazer. Com estes exercícios, eu tenho a oportunidade de resgatar o conhecimento que adquiri no primeiro contato que tive com cada recurso da linguagem apresentado nas aulas assistidas. Este resgate só é possível porque houve um intervalo de tempo entre a primeira vez em que vi a aula e o agora. Afinal de contas, não tem como resgatar o que nem teve a chance de se perder, não é mesmo? Eis o motivo de eu não repetir o que o professor fez imediatamente após cada aula, mas me basear na lista de tópicos que criei e tentar fazer sozinho, após assistir todas elas.

Este é um momento de experimentações, para ir além do que vi nos exemplos, testar formas diferentes de escrever código e ver os resultados. Aquilo que eu não consigo lembrar, pesquiso. Gosto de consultar o W3Schools. Eles vão direto ao ponto nas definições, permitem testar os exemplos e alterá-los online, me possibilitando explorar possibilidades, como uma criança brincando na areia. Os blogs e vídeos do YouTube também são muito úteis. Tem muita gente boa explicando todo o tipo de conteúdo por aí. Além disso, há documentações muito bem escritas que explicam melhor que certos produtores de conteúdo.

Cada exercício é salvo em um arquivo diferente e nomeado adequadamente, para facilitar consultas posteriores.

3ª etapa - anotações

Depois dos exercícios e experimentações com cada recurso aprendido, agora é o momento de anotar. Novamente, seguindo a checklist criada enquanto assistia as aulas, eu anoto explicações para cada tópico estudado. Há quem prefere em papel, mas eu faço isso em um editor online (Google Documents ou Notion). Assim, posso revisar ou consultar de qualquer lugar usando o celular. As explicações são claras, como se fosse para outra pessoa ler. Estas anotações são guardadas para revisão ou consulta - e acredite, eu sempre preciso delas - ou postadas em um blog, para outros realmente lerem. As explicações incluem, no mínimo, um exemplo para ilustrar cada tópico. Estes exemplos podem ser simplesmente copiados dos exercícios que realizei na etapa anterior (como dizia minha avó, “quem guarda, tem”). O ponto aqui é que, quando escrevo explicações, eu sou obrigado a revisar e organizar na mente todo o conteúdo aprendido. Esta é uma etapa muito importante para a solidificação do conhecimento.

4ª etapa - criação do projeto

Até aqui:

  • já tive o primeiro contato com cada recurso da tecnologia abordado no módulo;
  • já resgatei o que aprendi nesse overview através de exercícios e experimentações e
  • já escrevi explicações claras sobre cada tópico, com exemplos.

Agora, darei atenção à aula de desenvolvimento do projeto contida no módulo. Nela, é comum o professor mostrar uma aplicação pronta e seu funcionamento, antes de apresentar o processo de codificação. Minha meta sempre é ver funcionando e fazer sozinho, utilizando o que aprendi e fazendo pesquisas. Dou meu melhor e, só depois, assisto o professor desenvolvendo. Assim, passo a conhecer pelo menos 2 formas diferentes de implementar cada parte da aplicação. Além disso, enquanto pesquiso eu posso ter contato com várias outras maneiras de chegar aos mesmos resultados em fóruns, artigos de blogs, vídeos do YouTube etc. Nessa etapa, é construído um repertório técnico muito valioso.

Caso eu não consiga prosseguir sozinho, então assisto o professor desenvolvendo. Mas não faço junto com ele; apenas assisto e faço anotações de coisas que eu considero importantes. Depois de finalizar o vídeo, passo a "codar" com base no que lembro, consultando minhas anotações e preenchendo as lacunas de memória com pesquisa na internet. Se mesmo assim eu emperrar, revisito o trecho específico do vídeo onde ele desenvolve a parte em que estou com dificuldades. Este também é um momento para testar diferentes formas de fazer as coisas, personalizar o projeto, criar funcionalidades adicionais etc.

Eu repito os 4 passos citados acima em cada módulo e, no final do curso, busco algum problema que poderia ser solucionado utilizando os conhecimentos obtidos até ali. Penso em alguma ferramenta que uso no cotidiano e que facilita algum aspecto de minha vida. Mesmo se eu ainda não conseguir desenvolvê-la com todas as suas funcionalidades, analiso a possibilidade de criar pelo menos um de seus recursos, ou quem sabe alguma feature que eu gostaria que ela tivesse e que me faz falta. Além disso, sempre que posso converso com conhecidos de diversas áreas: de minha anterior área profissional (educação), alimentação, gestão etc. Nas conversas, conheço um pouco do trabalho de cada pessoa, as ferramentas que elas utilizam e às vezes tomo conhecimento de alguma necessidade que estas ferramentas ainda não atendem satisfatoriamente. A par destas realidades, me pergunto: qual o mínimo possível que eu consigo desenvolver com o que aprendi, a fim de gerar valor para mim, para essas pessoas e para as empresas onde elas trabalham?

E você? Qual é sua forma de aprender coisas novas? Como tem utilizado os cursos online no aprendizado de tecnologia? Compartilhe conosco! De todas as experiências aqui compartilhadas, serão extraídas toneladas de aprendizados que servirão para lapidar cada vez mais nossas técnicas de estudo.

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obrigando, vou tentar seguir esse metodo!
conclui a faculdade em 2021, por conta da pandemia, nao tive muito tempo pra dedicar ao curso... agora estou correndo atrás do que perdi e nao tem sido facil. varios cursos e metodos diferentes, minha maior dificuldade é iniciar um projeto do zero...

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