Aprendendo a programar aos 32 anos.
Já tive melhor resistência e concentração ao passar horas intermináveis estudando a cerca de um mesmo tema. Hoje não absorvo com tanta naturalidade um volume tão grande de informações como era habitual na adolescência, mas sinto que hoje possuo mais assertividade e disciplina fruto da experiência. Quando sinto não compreender nada, analiso separadamente os elementos de um problema para só então pensar aquele algorítimo na totalidade. Sinto que equilibro as ideias com temperança e a cautela que não teria quando mais jovem. Ganhos e perdas, não sei se posso afirmar estar aprendendo tão rápido quanto antes, mas desconfio estar aprendendo melhor.
Estou estudando há apenas dois meses e sinto uma ligeira insegurança com o momento em que eu entrar no mercado de trabalho disputando vaga júnior, um tanto incomum para a minha idade, competindo com candidatos mais jovens, tendo eles mais energia e disposição. Não acredito em narrativas que dizem que em seis meses é possível aplicar para vagas com salários satisfatórios, estipulei para mim um prazo de dois anos para me firmar nos fundamentos necessários e me tornar um programador proficiente.
Particularmente não acredito em atalhos, a experiência em qualquer campo é adquirida se cercando constantemente de problemas reais, a fim de resolvê-los.
Não sei ao certo que área irei me especializar, talvez web, talvez blockchain. O fato é que me esforço para compreender o núcleo duro da computação, seus fundamentos matemáticos, seus algorítimos, sua estrutura e as diversas camadas de abstração do mais baixo ao alto nível. É um mar de informação insondável para o tempo de uma vida humana. Entender de tudo um pouco, mas se especializar em algo e fazer bem feito aquilo que ocupar meu foco de atenção, é um desafio que às vezes me amedronta e a incerteza sobre que tipo de profissional serei é quase sempre vetor de ansiedade, no entanto, devo confiar que saberei contornar os acidentes no percurso e persistir, e por falar em persistir, é algo que faço melhor agora do que nunca.