[DICA] Três jogos que me "enganaram" e acabaram formando quem sou hoje
A paixão por jogos
Desde pequeno eu gostava muito de jogos de videogame e o meu favorito era Super Mario Bros, jogo do Super Nintendo que reinou por muito tempo nos anos 90. Num dado momento, tive muita curiosidade de entender o que estava escrito nos blocos de textos e meus pais me informaram que eram textos em inglês.
Eles não sabiam como me ensinar inglês, mas fizeram o que estava ao alcance, que foi me dar um dicionário de inglês e livrinhos de histórias com vocabulários. A partir daí, fui me virando sozinho e traduzindo palavra por palavra dos textos até entender o que o primeiro bloco dizia.
Depois dessa conquista desbloqueada não me esforcei pra traduzir o restante, mas aquilo já me ativou um gatilho de que eu conseguiria entender se quisesse. Isso ocorreu naturalmente ao longo do tempo com outros games.
Parecia um jogo, mas eram aulas de programação
Depois de um tempo, graças ao conhecimento que tinha do inglês, pude jogar um jogo chamado RPG Maker 2000, que até hoje é meu xodó... Com ele acabei aprendendo a criar minhas próprias aventuras e, para que o game ficasse legal, era necessário conhecer coisas que hoje chamo de condicionais e loopings, mas que na época eu chamava de ALAVANCAS (Switch).
Se a alavanca estivesse puxada a luz estava acesa e se o jogador a puxasse, apagaria uma lâmpada... E um fantasma surgiria nas sombras, perseguindo o heroi... Ou seja: vários SE... SE... SE... Aninhados.
O aprendizado foi evoluindo e, ao entrar na universidade (Matemática) descobri na disciplina de Introdução à Ciência da Computação que eu já sabia aquilo tudo, só não com as palavras formais. O jogo tinha me "enganado" que era apenas uma diversão e me ensinou a programar.
Faculdade de Licenciatura em Matemática
Depois de formado, com conhecimentos agora de Matemática, Inglês e Programação, pude entrar num game diferente que é o do youtube. E você pode estar se perguntando: "— Como assim youtube é um jogo?"
Para isso, venho trazer a definição de Huizinga (2007, p. 33),
jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana
Faz sentido, certo? Ao menos para educadores, a construção de um ambiente no youtube é constituída pela produção (voluntária) de vídeos com certo limite de tempo e espaço (endereço da internet), nos quais as regras estabelecidas são as trocas de conhecimentos por views, curtidas, indicações, inscrições e comentários... O vídeo educativo tem um fim em si mesmo e é acompanhado do sentimento de tensão (será que vai fucionar? Será que vão gostar?) e alegria (Caramba! Deu certo!) e com certeza é algo diferente da vida cotidiana, afinal, o professor não costuma falar com sua voz de videoaula na padaria ou com a família.
Finalizar com jabá, pode Deschamps?
Esse é o meu game hoje e estou jogando no canal Cafemática com Prof Fernando e desejo todo sucesso do mundo para quem leu até aqui, gostaria muito de deixar explícito (se ainda não ficou) que suas habilidades vão se complementando e te levando por um caminho interessante pra você, o que importa é aprender o que gosta e fazer bem isso, afinal, nossos dias serão feitos de muito trabalho e que tortura seria fazer o que não gosta, certo?
Que esse novo ambiente completamente maravilhoso na internet prospere muito, abraço! Nos vemos na sessão dos comentários.
Bibliografia
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2007.