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Vídeo, leitura ou prática? Como vocês estudam programação?

Essa é minha primeira publicação e também sou um iniciante na área, então perdoem de antemão algumas atrocidades que posso falar ou falhas em transmitir meu raciocínio.

Eu sempre fui do tipo que gosta de assistir videoaulas e depois praticar, mas recentemente me encontro com uma preguiça de assistir videoaulas, querendo apenas praticar. Mas como posso praticar algo que não sei? Daí me veio à mente: talvez ler sobre o conteúdo que desejo aprender seja mais rápido do que uma videoaula e mais direto ao ponto.

Dito isso, comecei a pensar: como os outros absorvem conteúdo? Absorver conteúdo lendo é melhor do que videoaula? As formas de absorver conteúdo mudam conforme você fica mais experiente? As pessoas buscam sempre no mesmo círculo de fontes? p.ex: sempre que querem aprender algo novo, vão a alguns canais do yt/cursos que gostam da didática, ou procuram qualquer fonte confiável, como roadmaps ou novos cursos que apresentam o conteúdo que querem aprender?

Fico pensando nisso porque ainda estou no início, consumindo conteúdos básicos como OOP, DSA, entre outros. Mas quando chega num ponto de conteúdo mais específico e profundo, como, por exemplo, Docker, o que vocês fazem para aprender? Vão a um vídeo do Galego? Kkkk. O que fazem se, após o vídeo, ainda tiverem gaps de conhecimento ou quiserem aprofundar mais? Onde buscam?

Ainda estou na fase de tentativa e erro, tentando aprender a melhor abordagem para absorver conceitos da programação e identificar padrões.

P.S.: Espero que esse post chegue a alguém para me dar uma luz.

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Eu comecei em uma época que mal se conseguia bons livros, eu aprendi com o que dava, com o manual que sempre vinha com o computador, em uma revista que circulava, experimentando, em alguns casos tentando descobrir o que um comando fazia traduzindo-o, eu escrevia códigos em papel em fila de banco quando trabalhava de office boy.

Quando comecei ter mais acesso a livros bons eu comprei muitos, alguns ruins, mas vários que foram me ajudando muito. Eu comecei dar valor para os clássicos, alguns escritos há mais de 50 anos e continuam válidos e úteis até hoje. Esta passou ser minha principal fonte. E não me arrependo.

Tive outros pontuais em algumas fases, como algumas revistas, aprendi alguma coisa na faculdade, mas pra mim que comecei muito cedo e já tinha boa experiência quando entre nele, não ajudou muito, em algumas coisas eu já podia dar aula para professores. Conversando com outras pessoas e experimentando muito, que é diferente de praticar, que é óbvio que eu fazia, porque eu criava coisas do nada, eu ficava vendo até onde eu podia ir, eu raciocinava sobre o que eu estava fazendo, eu não apenas fazia o que eu tinha aprendido, o que tinha lido, o que me mandaram fazer, ou praticamente copiando coisas.

Aí pra ser junto o meu grande salto onde aprendi que eu era um bosta e como eu deveria ir atrás de coisas para programar certo, raciocinar da maneira correta foi levando esporro de um cara muito foda que sequer tinha faculdade, mas era bom em um nível que a maioria das pessoas não consegue imaginar. Eu tive essa sorte e tudo começou a mudar. Ter um bom mentor pode ser fundamental. Ter um bom professor é importante. Por isso eu falo que muitas pessoas vão aprender muito em cursos, mas não pode ser esses cursos feitos pra enganar a pessoa, para deixá-la feliz com receitas de bolo, precisa ser um curso que cause dor, só assim desenvolve o cérebro de verdade, análogo ao que acontece com músculo.

Depois veio a internet e a documentação das coisas ficaram mais à mão, comecei ler sobre coisas diferentes na internet em substituição às revistas, mas procurava algo que tivesse valor que fosse como se tivesse uma curadoria, e quase sempre era material em inglês. Passei comprar muitos livros direto dos EUA.

Uma fonte que deu outra virada de chave em mim foi o Stack Overflow, tem pepitas de ouro lá, mas se você não sabe usar o SO pode não ver nada disso. Eu não vou falar tanto da Wikipedia que é muito importante pelo menos para dar um início, porque eu a trato como se fosse documentação, ainda que não de um produto, mas de uma atividade profissional intelectual.

Um belo dia descobri os papers que são publicações, geralmente em formato mais acadêmico, mas que tem a fonte primária, tem estudo, em vários casos bem conduzidos, que apesar e serem curtos, foi fruto do trabalho de meses ou anos do(s) autor(es). O valor disso é imenso, quase ninguém sabe disso.

Aprendi algumas coisas com tweets de algumas pessoas que são A referência na área, mas quase sempre não vale o esforço , muito entulho, até delas, para pegar o que é bom. E fui descobrindo o Youtube, vencendo o preconceito e vi que tem coisas incríveis por lá, mas tem que saber procurar e filtrar bem porque provavelmente mais de 99% é ruim ou pelo menos sem muito valor, algumas coisas são péssimas.

Quem está com preguiça de ver vídeos, eu não sei mesmo o que fazer, porque eu estava tentando buscar um jeito de acabar com a preguiça das pessoas lerem materiais de alto nível, profundos densos, ou pelo menos ler alguma coisa que não seja um blog estúpido ou um livro que gasta a maior parte do tempo com ilustrações, ou seja, que é feito para analfabetos funcionais.

É verdade que algumas pessoas têm uma didática bem boa, não importa muito o formato, em vídeo se vê isso um pouco melhor, mas presencial com interação é o que mais dá para perceber, e eu admiro muito essas pessoas, mas também tem muita gente que parece ter uma didática boa porque ela faz uma simplificação extrema, que é uma técnica didática, mas que traz prejuízos, não forma um profissional de verdade, apenas adestra uma pessoa a seguir receitas de bolo. A pessoa faz algo que agrada a mente, que entra fácil, mas o aprendizado robusto, usando novamente o exemplo da musculação, é aquele que tem dificuldade mesmo, que o professor te obriga a ser curioso, a pesquisar, a preencher as lacunas que vai descobrindo que tem e se forma de forma geral, não apenas aprenda a receita. Da mesma forma que o resultado de ficar levantando uma caneta é pífio para os músculos, a aula simplista não fará você ser um bom solucionador de problemas, que é o que de fato diferencia as pessoas nessa área.

Eu tenho uma técnica didática em que sou prolixo. Já vi jogar muita pedra em mim por isso. Tudo bem, eu não faço por acaso eu estudei sobre isso, não foi eu que inventei, e hoje é mais importante porque cada vez mais as pessoas têm a atenção de um peixinho dourado. Eu faço isso da melhor forma? Certament que não, eu sei que sou incompetente nisso, mas eu tento. Muitas vezes a pessoa não entende mesmo assim e diz que você falou o oposto do que foi dito.

Eu não gosto muito da maioria dos tais rodmaps, que já é um nome ruim porque o termo já era usado para outra coisa na área, são ruins, apesar de ter algum valor. Mas até o princípio dele é de ajudar na preguiça e pressa da pessoa, quando ela deveria procurar o aprendizado dedicado, profundo e lento, para absorver tudo de verdade.

Eu acho que cada um tem que achar seu jeito, o que funciona melhor para si, e torcer para que isso seja suficiente. O que posso garantir é que sem grande esforço, o resultado será pequeno.

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).