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Como é ser monitor de Algoritmo e Lógica de Programação

Introdução

Atualmente, sou estudante do curso técnico de informática integrado ao ensino médio e, após me inscrever para a bolsa de monitoria de ALP (Algoritmo e Lógica de Programação), acabei sendo selecionada para, assim, ajudar os alunos do primeiro ano nesta matéria.

Como Funciona?

Basicamente, toda semana terei que dedicar dez horas para fornecer atendimento aos estudantes: de segunda até sexta, 17:30 até 18:40, com a segunda e terça tendo atendimento online das 19:30 até 20:30. Nas terças e quintas também possuo os horários do 12:20 até 13:30.

O que ocorre, principalmente, são pedidos de ajuda em questões específicas de ALP. Eles trabalham com uma linguagem muito semelhante ao Portugol no ambiente de desenvolvimento WebAlgo, onde há um banco de dados com centenas de problemas de lógica que os alunos vão resolvendo ao decorrer do ano. Além disso, dúvidas da própria sintaxe ocorre frequentemente nos atendimentos.

Mas, o maior desafio deles é a criação de lógica em si. Há uma grande dificuldade de lerem uma questão, pegarem os dados importantes e, deste modo, fazerem o algoritmo. Mesmo que no começo do ano foi ensinado todo o esquema de pensamento computacional e outros tópicos relacionados, há evidente obstáculo na criação de lógica para estes alunos.

Portanto, minha tarefa está sendo, principalmente, tentar ensinar a elaborar essas lógicas, o que é uma tarefa árdua. Comecei com uma metodologia que seguia o viés do pensamento computacional, com o aluno organizando uma espécie de "roteiro" antes de iniciar o código em si, trabalhando com etapas.

Não foi o suficiente. Esse método servia como uma boa tática de organização de código e principalmente para não "bagunçar" a cabeça do estudante. Mas, o real problema era o "cerne" da questão, a condição que pedia. Ex: como identificar se um número é da sequência de fibonacci?

Então, fiz outra tática, que usava somente a lousa. Realizar diversos pequenos problemas que focavam nessa "condição" em sequência para o aluno perceber os padrões e ir treinando, pois essa matéria exige muita prática. Eu mostrava o problema e ia guiando o aluno na solução, sempre focando no estudante criar a resolução, e eu sendo apenas uma auxiliar.

Vi muito resultado positivo. Nas primeiras questões estava mais devagar, mas nas próximas já estavam pegando o jeito e mal precisando da minha ajuda. Como estamos trabalhando com iterativos, fiz problemas que focavam, principalmente, nas variáveis que tinham que pegar os dados totais após esses loops, ou as vezes que tinha que sair do loop para mostrar algum resultado, ou ambos (maior dificuldade dos estudantes, entender esse iterativos por inteiro, quando param loop, o que ocorre em cada loop, etc).

Então, minha rotina resume-se a isso, tentando ensinar os alunos da melhor forma possível essa matéria. Claro, não é todo hora que vem estudante para meu entendimento, e acabo por adiantar meus trabalhos da escola no laboratório, embora tenham vindo bastante estudantes em decorrência de provas.

Vale a Pena?

O valor da bolsa é bem baixo, mas isso não é desanimador, já que o ritmo é tranquilo e adoro ensinar os estudantes.

Na verdade, "adoro" é pouco para descrever a sensação. Ensinar o aluno, vendo ele entender o conteúdo, ver ele evoluindo, entendendo os conceitos e táticas, é maravilhoso de se ver e fazer. Receber aquele "obrigado" ao final do atendimento, ter ajudado nem que seja um pouco nessa jornada que sabemos que é complicada na programação, é gratificante demais.

Se desenvolve muito a empatia. Ontem, tarde da noite, lá estava eu, desenvolvendo táticas e metodologias para os estudantes possuírem o máximo de aprendizagem que conseguirem.

Além disso, se evolui bastante a comunicação (é engraçado até, sou alguém tímida mas nessas aulas sou bem contrário) e é claro, os próprios conhecimentos de ALP. Antes, obviamente, para me canditar a essa bolsa, precisava saber bem o conteúdo. Hoje em dia, eu ensinei tanto essa matéria que acho que posso aplicar esses conhecimentos até de olhos fechados rsrsrs.

Dando uma pesquisada, e até consultando algums professores, ajuda bastante o currículo ser monitor, uma vez que o recrutador em uma entrevista buscaria um profissional dedicado, que tem pró-atividade e gosta de compartilhar conhecimentos com seus colegas, pontos esses fundamentais para alcançar promoções e desenvolvimento profissional dentro de uma empresa.

Claro, há pontos negativos nessa jornada que tem que saber lidar. As vezes, a explicação do monitor não funciona com aquele estudante, ou mesmo com os atendimentos o aluno não ir bem na prova, entre outras questões. Tem que saber diferenciar quando, por exemplo, o estudante realmente tem uma dificuldade nesta matéria, ou até mesmo não estuda fora dos atendimentos, ou quem sabe as táticas de ensino não estão sendo tão eficazes. O que deve ser feito é ir aperfeiçoando, saber quando o aluno que tem que se esforçar um pouco mais, ou quando monitor tem que melhorar algum aspecto. Hoje mesmo, irei pesquisar mais a fundo sobre como ensinar na criação de lógica. E assim vai seguindo as monitorias.

Com esses pontos levantados, eu digo que vale a pena, e muito, ser monitora em ALP, principalmente pela a prática de ensinar, que é muito prazerosa para mim. Portanto, se alguém quiser ser monitor, acredito que esse ponto que deve o mais avaliado, o quanto gosta de ensinar e ajudar os estudantes, e o resto acabará por valer a pena.

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