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Qual a ligação entre uma torta de Maçã e criar um projeto do "zero"?

No curso.dev do querido Filipe Deschamps, uma frase me impactou profundamente: "Se você deseja fazer uma torta de maçã do zero, você deve primeiro criar o universo" - Carl Sagan.

Essa frase estabeleceu uma analogia marcante entre uma simples torta de maçã e o mundo da programação. Já parou para refletir que, mesmo ao adquirir todos os ingredientes para fazer a torta do zero - como açúcar, farinha, etc. - ainda assim não a estaríamos produzindo do zero? Isso porque precisaríamos moer o trigo, e para isso, seria necessário plantar o trigo. E para plantar o trigo, teríamos que preparar a terra. Para que o trigo cresça, precisaríamos criar o sol. Eventualmente, nos veríamos no ponto em que teríamos que criar todo um universo apenas para fazer uma simples torta de maçã do zero.

O mesmo princípio se aplica ao desenvolvimento de software. Nesse campo, é improvável que alguém construa algo completamente do zero, pois sempre estará utilizando um módulo desenvolvido por outra pessoa ou construindo sobre um sistema base criado por outra pessoa em algum momento anterior. É fascinante refletir sobre isso, não é? Um dos meus maiores desafios no universo da programação foi entender que raramente iremos iniciar um projeto totalmente do zero. Sempre estaremos buscando informações em sistemas existentes ou implementações previamente testadas e bem-sucedidas. Portanto, para você que está começando nesse universo, não se sinta desanimado por não conseguir desenvolver aplicações inovadoras que nunca foram feitas antes. Aprenda com aqueles que já trilharam o caminho antes de você. Essa foi a valiosa lição que aprendi hoje.

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Isaac Newton disse: Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes.

Antes de estudar tecnologia, estudei marketing digital, subi campanhas e realizei estratégias de tráfego orgânico por longos meses a fim de descobrir o pote de ouro (acabei não colocando minhas mãos nele), e aprendi duas coisas mais valiosas que o próprio tempo que gastei nessa empreitada:

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Primeiro de tudo, foi a habilidade de aprender sozinho ou aprender a aprender, que depois de certo tempo, descobri que é uma habilidade de base mas que muita gente não desenvolveu bem. Isso basicamente me trouxe para um estado de consciência sobre mim mesmo a ponto de nenhuma area do conhecimento me assustar ou me deixar inseguro. Passei a ter a certeza que posso aprender qualquer coisa, desde que eu tenha o tempo suficiente pra isso. Talento conta como vantagem, mas o tempo divide quem chega no final e quem desiste.

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Desde adolescentes ou até mesmo antes disso notamos um desejo silencioso de ser aceito, percebido ou fazer a diferença, isso me perseguiu por muito tempo, até eu entrar em comunidades pagas de pessoas anos luz mais dedicadas e inteligentes que eu e aos poucos fui absorvendo o conhecimento disseminado por elas. Em pouco tempo já era capaz de entender tudo que era debatido.
O ponto em questão é que nem as pessoas mais inteligentes que conhecemos criaram algo do zero. O fator individualidade e personalidade nos permite criar avanços e inovaçoes desde que já tenhamos absorvido o conhecimento previamente criado por ancestrais da nossa área de atuação. Elon musk criou foguetes que pousam novamente no solo, mas a entidade Elon Musk é o conjunto de inúmeras cabeças pensantes que foram o alicerce para a inovação citada, já a pessoa Elon Musk é um homem de negócios extremamente habilidoso com tecnologia, é o que se sabe. Finalmente, é imprescindível aceitar que o caminho mais rápido para grandes feitos, é estudar o que já foi desenvolvido e testar o que já funciona. Criar novas ligações neurais a respeito do que interessa e só depois reorganizar as peças e criar algo novo.

Este é um ponto de vista bastante particular, mas seu tópico traz uma discussão que vejo muito pouco no campo da tecnologia, que é justamente discutir sobre inteligência e aprendizado.

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Excelente reflexão! É inegável que somos moldados pela sabedoria acumulada ao longo das gerações. Cada diferença que fazemos é fruto dos ensinamentos explorados e experiências vividas por aqueles que nos precederam.

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Eu, sendo um adolescente de 16 anos, hora ou outra me encontro pensando neste assunto, que "eu não crio nada inovador e por isso não sou bom no que faço". Realmente, eu não sou bom no que faço - ainda -, mas não é por este motivo.

É uma coisa muito comum de se ver hoje em dia (se achar incapaz ou algo semalhante). Na minha visão, isso se dá mais por causa das redes sociais, já que fica muito fácil de se comparar com alguém lá. É por isso que eu evito os mais diversos tipos de redes sociais. A única rede social que possuo é o Whatsapp e malmente o utilizo.

Eu agradeço por esta simples frase que, de alguma forma, eu já vi, li ou ouvi em algum lugar, mas não dei o valor adequado à ela.

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Sim, Rick! É natural nos sentirmos incapazes em certos momentos, porém não devemos permitir que esse medo nos impeça de avançar. Sua observação sobre as redes sociais é super verdade, nos dias de hoje é comum nos compararmos com outras trajetórias, mas é crucial reconhecer que cada pessoa tem seu próprio ritmo e caminho de aprendizado.